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Bath, uma introdução

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Não há melhor jeito continuar sua saga em busca da alma e tradição inglesas que pegar 1h30 de trem a partir da estação Paddington, em Londres, e ir curtir as fontes de água quente — as únicas do Reino Unido, riquíssima em minerais — desta que é uma das cidades mais sofisticadas, famosa nas artes e na literatura, e com uma das histórias mais fascinantes da Inglaterra.

A aristocrática Bath, que é cercada por sete colinas, apesar do complexo de termas romanas que datam do século 1, entrou para o circuito de nobres, ricos e famosos durante o reinado dos quatro Georges, da Casa de Hanover, nos séculos 18 e 19. Por isso sua arquitetura georgiana (mas não qualquer georgiana; uma georgiana neoclássica bem imponente, com inspirações palladianas), que lhe valeu o posto de único lugar do Reino Unido cuja cidade inteira é considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Foi um príncipe bretão leproso, Bladud (ele teria curado sua lepra ao ter contato com a água quente que brotava da terra), que fundou a cidade em 863 a.C. (pelo menos, conta-se a lenda); foi na Abadia de Bath que o primeiro rei oficial da Inglaterra, o anglo-saxão Edgar, foi coroado — esplendidamente — em 973 (e, até hoje, as cerimônias de coroação dos monarcas britânicos seguem os registros do serviço da coroação de Edgar); foi Elizabeth I, a Rainha Virgem, quem concedeu a Bath o status  de cidade em 1590; e foram as visitas da Rainha Anne, a última da dinastia Stuart, em 1702 e 1703, que sofria de gota e procurou as águas medicinais do balneário, que transformaram a cidade num destino da moda para a corte inglesa.

Em Bath come-se muito bem, dá para frequentar pubs  históricos (que tal um aberto em 1713 e que era frequentado por Charles Dickens em 1835, o Sarracens Head?) e tomar chá da tarde diariamente; dá para assistir a peças de teatro e concertos, comprar coisas para casa (é impressionante a quantidade de ótimas lojas de decoração; parece ser uma das vocações dessa cidade em que admirar casas é um dos maiores atrativos, sem falar na quantidade de gente muito muito  rica que tem suas casas lá; morar no Royal Crescent ou no Circus te custa alguns milhões de libras, só pela casa), curtir os jardins, e o que é melhor: dá pra fazer tudo a pé.

A cidade como um todo não é tão pequena — são 80 mil habitantes e, apesar de não ser totalmente plana, as subidas na região central não são muito íngremes, o que ajuda —, mas as atrações ficam concentradas numa região que dispensa o uso do carro ou do transporte público: do Royal Crescent, o ponto de interesse mais distante, a oeste, até a Abadia de Bath, que é considerada o centro  da cidade, não dá nem 900 metros de distância. E entre um e outro, você vai encontrar 95% dos lugares-a-não-perder  da cidade.

MY NAME IS AUSTEN, JANE AUSTEN
Aproveite para ler ou reler Persuasão, de uma das mais célebres escritoras inglesas do século 18, Jane Austen. Além de a história se passar em Bath, Austen-elle-même  morou na cidade entre 1801 e 1805, e sempre caminhava pelos jardins Sydney, que ficam atrás do Holbourne Museum (se você não conhece a autora, visite o Jane Austen Centre, na Gay Street, um pequeno museu que serve de introdução para a sua obra e vida na época).

LUCKNAM HOTEL & SPA
E para se sentir como um nobre na época de Ms. Austen, proprietário de 500 acres de terra, com seu próprio château, 50 cavalos de raça e sala de jantar com 1 macaron  Michelin, e ainda aproveitar um dos melhores e mais lindos spas  do Reino Unido (que consumiu 15 milhões de libras), não deixe de passar dois dias hospedado no incrível Lucknam Hotel & Spa (clique aqui para ler nosso relato completo), a 20 minutos de carro do centro de Bath; uma experiência imperdível.

VOLTAR AINDA MAIS NO TEMPO, VIA STONEHENGE
Além de revisitar a história dos antigos romanos, Bath é a parada perfeita para se viajar além  nos tempos, indo da época de Cristo e voltar mais ainda 4000 anos. Stonehenge, que não é apenas um círculo de pedras mas sim um gigantesco sítio arqueológico, fica apenas a 40 minutos de carro ou 1h40 de trem + ônibus (num roteiro que te leva para Salisbury e você também consegue visitar Old Sarum), com lindas paisagens no caminho. E a visita gera várias reflexões interessantes como, por exemplo, como os homens neolíticos (não só na Inglaterra, mas também no Peru ou no Camboja), já naquela época, tinham conhecimento do mundo natural e das estações do ano e, nós, nem nos importamos mais em saber quando é o solstício de verão ou inverno; se é que sabemos o que solstício significa.

Confira o mapa Simonde de Bath com todos os pontos de interesse, clicando aqui.

E CONFIRA O NOSSO GUIA COMPLETO DE BATH E DE STONEHENGE:
Bath, uma introdução
Bath: a água de 10.000 anos
Bath: Informações Práticas
Thermae Bath Spa, um spa superlativo
Lucknam Hotel Park & Spa
Stonehenge: (quase) tudo sobre esse círculo de pedras
Stonehenge: quando e como visitar

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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