Le Bernardin, o três estrelas clássico e sem erros
Dos três macarrons Michelin em Nova York, o Bernardin (1986) — junto com o Jean-Georges — talvez seja menos emocionante se comparado ao Per Se (2004) ou ao Eleven Madison Park (2006). Mas de um restaurante que já nasceu clássico há trinta anos (quando foi transferido da Rive Gauche parisiense para a Big Apple), isso não é algo negativo. O Bernardin sempre esteve — e continua — no topo máximo das avaliações do Michelin, do New York Times (há mais de 20 anos consecutivos com quatro estrelas) e, em Nova York,é o restaurante com a maior pontuação no Zagat (na avaliação dos leitores). É um restaurante que está no coração dos nova-iorquinos. (Como diria Cher para suas concorrentes pop mais jovens, “Follow me, bit**es”). Além do elegante salão, que com a reforma completa — e bem-sucedida — em 2011 ganhou um lounge perfeito para drinques antes da refeição, o Bernardin tem na sua especialidade (os melhores) peixes e frutos do mar impecavelmente preparados em sabores familiares, fáceis de gostar (além de sobremesas incríveis). Como dizia o crítico do New York Times, Frank Bruni, “Le Bernadin envelheceu de forma surpreendentemente graciosa, mais Deneuve que Dunaway”.
O menu-degustação do chef (são dois os menus-degustação, o do chef, com os ingredientes mais nobres, e um intitulado Le Bernardin, mais simples) começa com um dos pratos-assinatura do chef Eric Ripert, no Bernardin há 10 anos: um carpaccio finíssimo de atum yellowfin (que pode chegar a pesar 200 quilos, o segundo atum mais nobre atrás do bluefin), com foie gras, baguete tostada (ambos finíssimos e escondidos por baixo do atum), cebolinha e azeite de oliva extra virgem. O que se segue é o melhor que há no mar: lagostim, caviar, polvo, salmão, tamboril, lagosta, preparados com poucos ingredientes, de forma a sentir o verdadeiro sabor desses nobres seres, sem estripulias de qualquer tipo. O que decepciona algumas pessoas.
Ambos os menus podem ser acompanhados de wine pairing, uma taça de vinho para cada prato, da entrada à sobremesa, o que facilita e torna ainda mais completa a experiência (a gente adora quando um restaurante oferece esse serviço de forma organizada; ela torna mais fácil a vida dos leigos em vinhos que apreciam a bebida nos jantares compostos de muitos pratos, o que não acontece no Eleven Madison Park, por exemplo).
Mas, diferentemente do Per Se ou Eleven Madison Park que só servem menus-degustação, no Bernardin, você também pode selecionar os pratos que quiser do cardápio de almoço ou jantar, numa refeição de quatro pratos, todos do mar, a US$ 140. Entre as deliciosas sobremesas à la carte, você encontra parfait de chocolate amargo, opéra, mil-folhas de chocolate, mousse de pistache com morangos, sorvetes, sorbets e queijos. Tudo para uma refeição perfeita.
Finíssimas fatias de atum yellowfin com foie gras, baguete tostada (também finíssimas e delicadas por baixo das fatias do peixe), com cebolinha e azeite de oliva extra virgem. Esse é um soa signature-dishes do chef Eric Ripert. Imagem: Shoichi Iwashita
Salmão selvagem com pot-au-feu de trufas negras. Imagem: Shoichi Iwashita
Lagosta cozida em seu goulash com nhoque de batata. Delicioso. Imagem: Shoichi Iwashita
Wild striped bass, com arroz vermelho do Butão, salada de mamão verde e molho de vinho tinto com gengibre. Imagem: Shoichi Iwashita
Espuma de coco com sorbet de abacaxi e coentro! Imagem: Shoichi Iwashita
Ganache de chocolate do Madagascar, amêndoas e sorvete de pipoca. Imagem: Shoichi Iwashita
O lounge do Bernardin onde você também pode comer e não precisa fazer reserva. Imagem: Divulgação | Daniel Krieger O elegante salão completamente reformado em 2011. Imagem: Divulgação | Daniel Krieger
Parabéns pela reportagem !!!!