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Mandarin Oriental Ritz, Madrid: Na localização mais privilegiada da cidade, primeiro hotel de luxo da Espanha renasce sem concorrência à altura

Reaberto em abril de 2021 como Mandarin Oriental Ritz, Madrid, o hotel centenário passou por uma muito bem sucedida reforma capitaneada pelo arquiteto espanhol Rafael de La-Hoz e o escritório de design Gilles & Bossier, responsável pelo Baccarat de Nova York e o Carl Gustaf de Saint-Barth. Na foto, o Palm Court com o exclusivo Champagne Bar ao fundo. Imagem: Shoichi Iwashita

Poucos hotéis conseguem competir com a história — que se confunde com a própria história da hotelaria de luxo na Espanha e no mundo —, a tradição construída ao longo dos mais de 110 anos de existência, a localização perfeita dentro do contexto do destino, e, ainda, o renascimento avassalador do agora Mandarin Oriental Ritz, Madrid; que, junto com as aberturas quase-ao-mesmo-tempo do Rosewood e do Four Seasons na capital espanhola, volta a colocar Madri no mapa dos viajantes sofisticados. Fazia um bom tempo que a cidade não tinha hotéis à altura do que a cidade representa e oferece, e essa renovação acaba por repetir o próprio motivo pelo qual o Ritz Madrid foi inaugurado em 1910 pelo último rei da Espanha antes da Guerra Civil Espanhola, el rey Alfonso 13.

MADRI: O TERCEIRO RITZ, DEPOIS DE PARIS & LONDRES

No Champagne Bar, apenas seis pessoas podem ter um menu de tapas harmonizados com diferentes champagnes. Imagem: Shoichi Iwashita
A grande novidade — além de toda a oferta gastronômica — é o spa completo no subsolo com piscina, saunas, academia completa e ampla e salas de tratamento. Tudo — chão e paredes — de mármore. Imagem: Shoichi Iwashita
As boas-vindas na Park Suite, com 68 metros quadrados: belíssimo arranjo de flores frescas, vinho espanhol, bolo de amêndoas — dentro da cúpula que é símbolo da arquitetura do hotel –, água em garrafa de vidro, frutas e doces. Tudo lindo e delicioso. Imagem: Shoichi Iwashita

Capital da Espanha desde 1561, Madri não tinha no começo do século 20 hotéis cosmopolitas que se comparassem com os de Paris, de Milão e de Londres; algo que Alfonso 13 percebeu quando se casou com a futura rainha Victoria Eugenia, neta da monarca britânica Victoria, já que teve de alojar seus convidados espalhados pelos palácios. Foi aí que o rei convocou o hoteleiro suíço César Ritz — que já fazia história com o Ritz Paris, inaugurado em 1898, e o Ritz and Carlton de Londres, de 1906 — para construir um hotel à altura de outras capitais em localização estratégica: no número 5 na plaza de la Lealtad, no amplo e arborizado Paseo del Prado, e ao lado do próprio Prado, o museu que abriga a coleção de arte estelar dos reis espanhóis dos séculos 16 e 17; o auge do Império Espanhol, quando o país era o mais poderoso do planeta. O Ritz de Madri seria o primeiro hotel de luxo, o primeiro hotel com lâmpadas elétricas em todos os quartos e a primeira construção com estrutura de aço da Espanha.

E é lindo ver que nem desembolsando mais de € 250 milhões — € 150 milhões pelo hotel mais € 115 milhões em uma muito bem-sucedida reforma que fechou o hotel por quatro anos —, a rede honconguesa Mandarin Oriental tentou apagar sua história. Saíram os toldos azul-real e as cores fortes da decoração em detrimento dos tons claros, mas o logo do Ritz Madrid segue na fachada, nos copos de vinhos e até mesmo gravado na manteiga servida no café da manhã. Não só. O teto de cristal do Palm Court, o coração do hotel (assim como o Palm Court do Ritz de Londres), um feito da engenharia da época com seus vidros curvos, escondido e degradado há 80 anos pelas inúmeras reformas, foi inteiramente restaurado conforme o projeto original do edifício, trazendo luminosidade para esse espaço híbrido que serve como lobby, café, restaurante e champagne bar.

Com essa vocação aristocrática, nem preciso dizer que o hotel recebeu o grand monde de todas as décadas do século do 20, monarcas, republicanos e fascistas, já que depois do exílio de Alfonso 13 em 1931, a monarquia só voltaria à Espanha quando o próprio ditador Francisco Franco nomeou o príncipe Juan Carlos de Borbón como seu sucessor em 1969. Teve também estrelas da música, da moda, do cinema e das artes — de Ava Gardner a Salvador Dalí passando por Frank Sinatra —, mas só depois de algum tempo, pois artistas e toreros eram proibidos de se hospedar no hotel, que tinha um rígido código de etiqueta. O Ritz Madrid hospedou até a diva Mata Hari, a belíssima espiã holandesa da Primeira Guerra Mundial (que foi julgada e executada na França em 1917) que fez check-in no Ritz Madrid, um ano antes de sua morte, com o nome fictício de Condessa Masslov. É esse o nome que leva a nova sala de jantar privativa do hotel. 

 
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UM HOTEL DE LUXO COMPLETO COMO TODO HOTEL QUE SE DIZ DE LUXO DEVERIA SER

banheiro da suite no Mandarin Oriental Ritz Madrid
A boiserie de mármore é belíssima. E amei também o chuveiro de teto e a banheira juntos dentro do box, com direito a espelho grande desembaçante em frente à ducha. Imagem: Shoichi Iwashita
A Park Suite tem 68 metros quadrados e conta com uma sala que serve também como sala de trabalho com uma mesa de trabalho e uma grande TV. Imagem: Shoichi Iwashita
No armário, máquina de café, chaleira elétrica, geladeira em uma das gavetas e muitas garrafas de água em vidro. Imagem: Shoichi Iwashita
O quarto com vista para o obelisco da Plaza de la Lealtad, que fica em frente ao hotel no Paseo del Prado, e cama com lençóis de linho puro. Imagem: Shoichi Iwashita
A cabeceira da cama é toda em couro trabalhado na cidade de Córdoba. Só a luminária das cabeceiras da cama poderiam ser menos incômodas para os olhos. Imagem: Shoichi Iwashita
Ao lado da porta de entrada, um mini guarda-roupa onde você deixas as roupas para a lavanderia, fecha, aperta o botão Valet e os funcionários retiram e entregam. Incrível. Imagem: Shoichi Iwashita

Reinaugurado em abril de 2021, são tantas experiências possíveis no novo Mandarin Oriental Ritz, Madrid, que são necessários dias para conseguir conhecer, fazer tudo (eu me hospedei por quatro noites e foi o tempo necessário para ter todas as experiências do hotel, sem direito a repeteco).

Tem a degustação de champagnes harmonizados com tapas no douradíssimo Champagne Bar (e lá é tudo de ouro mesmo, a ponto de os guardanapos terem dispositivos de alarme para não serem roubados); comer muitíssimo bem no Palm Court com seu serviço impecável à la russe, e no Deessa, restaurante gastronômico do celebrity-chef espanhol Quique Dacosta, que mal abriu e já ganhou o primeiro macaron Michelin; se surpreender com os coquetéis do bar Pictura; treinar na academia espaçosa e nadar na belíssima piscina de mármore branco construída no subsolo do hotel, um luxo nesses edifícios históricos porque o antigo Ritz Madrid não tinha nem piscina; ou passar a tarde na terraza mais elegante da cidade, no verão ou no inverno, tomando um chá ou um vermute ao ar livre rodeado pela vegetação do bairro.

Sem falar que basta atravessar a rua para estar dentro do museu do Prado e do Thyssen Bornemisza; o que faz do hotel quase um destino em si mesmo. A propósito, a negociação entre o barão Thyssen e o governo espanhol, quando ele decide doar sua poderosa coleção de arte para o estado, aconteceu na suíte Royale do Ritz Madrid. 

O edifício no melhor estilo neoclássico e com cúpulas nas esquinas abriga 100 quartos e 53 suítes, que medem entre 29 e 288 metros quadrados, sendo que as duas suítes Royal e a Presidencial são as mais incríveis suítes da cidade. Assim como no Cipriani de Veneza, toda a roupa de cama é de linho puro (impecavelmente passada) e eles sempre colocam fronhas com a inicial do primeiro nome do hóspede. Já as cabeceiras das camas são feitas em couro trabalhado em uma técnica tradicional da cidade de Córdoba, e o quarto apresenta itens inovadores, que se tornam necessários uma vez que se experimenta: espelho de corpo inteiro e desembaçante dentro da ducha, suporte para celular sobre o rolo de papel higiênico ao lado do vaso sanitário e um armário ao lado da porta de entrada para que você deixe a roupa para a lavandeira e os funcionários venham buscar sem que você você precise entregar em mãos para eles. A boiserie em mármore dolomita grego com seu brilho opalino completam a beleza do banheiro, que tem até chapinha para o cabelo.

O belíssimo restaurante gastronômico do Mandarin Oriental Ritz, Madrid, o Deessa, que leva a assinatura do chef extremeño (quem nasce na região de Extremadura) Quique Dacosta, do triestrelado Denia e que ganhou um macaron Michelin quando da minha hospedagem em dezembro de 2021. Imagem: Shoichi Iwashita
Seguindo uma tendência da alta gastronomia internacional, saem as toalhas e os pratos brilham com as mesas em materiais nobres. Imagem: Shoichi Iwashita
O bar Pictura tem drinques surpreendentes e ambiente aconchegante. Imagem: Shoichi Iwashita
O Palm Court à noite. Imagem: Shoichi Iwashita
Apesar da comida do Deessa ser impecável, foi no restaurante Palm Court onde eu fui mais feliz. Tudo comfort e repleto de sabor. Imagem: Shoichi Iwashita
O café da manhã tem manteiga com o logo do Ritz, acessórios de prata e tudo o que o viajante pode querer: do suco verde ao jamón ibérico. Imagem: Shoichi Iwashita

QUANTO CUSTA SE HOSPEDAR NO MANDARIN ORIENTAL RITZ, MADRID?

Calcule a partir de EUR 1.100,00 a diária, já com impostos, em um Superior Room com 30 metros quadrados para duas pessoas, com café da manhã incluso, e a partir de EUR 3.115,00, já com impostos, por noite para se hospedar em uma Park Suite, com 68 metros quadrados com café da manhã incluso para duas pessoas.

Para comer o menu histórico do chef Quique Dacosta no restaurante gastronômico Deessa, calcule EUR 250 por pessoa. 

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A terraza é linda no verão e no inverno, e o melhor lugar para se passar a tarde. Imagem: Shoichi Iwashita

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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