Pomodori
Ontem voltei ao Pomodori, que é-era-não-sei-mais um dos meus restaurantes favoritos na cidade para conferir a nova decoração e o novo cardápio. Mas, apesar de o ambiente ter ficado exatamente do jeito que a gente gosta (a decoração antiga era um dos pontos desfavoráveis), com muita madeira e — que combina lindamente com — tons escuros de cinza nas paredes e estofados, pagar R$ 200 por pessoa, pedindo couvert, entrada, prato principal, sobremesa e café (sem vinho + R$ 20 de manobrista) e sair com fome de um restaurante não é a minha ideia de jantar perfeito.
Apesar de os pratos continuarem saborosos e muito bem executados pela jovem chef Tássia Magalhães, que está sempre na cozinha, e o serviço continuar bastante atencioso, do momento em que você liga ao pedido da conta, existe um problema de desequilíbrio nos tamanhos dos pratos servidos no novo Pomodori. No couvert, que custa R$ 16,50 (com serviço) por pessoa, vêm brioches, pão italiano, manteiga marrom de amêndoas e caponata (um antepasto de berinjela). A manteiga e a berinjela de sabores delicados e defumados estavam deliciosas, mas a quantidade servida para duas pessoas era insuficiente. E não houve reposição.
As várias opções do cardápio são divididas em duas partes: o menu autoral da chef, composto de entradas, pratos principais e sobremesas, sempre com vários ingredientes; e o menu clássico, também com entradas, pratos como o spaghetti alla carbonara e sobremesas como o tiramisù. Mas eu preferi escolher apenas os pratos do menu autoral.
Veio a entrada: duas generosas fatias de terrine de foie gras sobre torradas, sagu do porto e uma marmelada de ruibarbo (R$ 48, com serviço) que eu estava bastante interessado em provar (amo Rhabarberkuchen, a torta alemã de ruibarbo). Apesar de bem feito, não vi nem senti a marmelada.
Quando chegou o prato, o linguado com molho de vinho branco, minicebolas confit e cogumelos (R$ 86, com serviço), já pensei “vixe, vou ter de comer os pães italianos que sobraram, puros (a berinjela e a manteiga já haviam acabado)”. O peixe estava perfeito, delicado. Queria ter comido o dobro do que veio 1. porque estava delicioso e 2. porque eu ainda estava com fome. E detesto ir para a sobremesa com fome. (Meu namorado pediu o raviolini de lagostins com camarão que parece bastante com um prato que eu havia comido antes da mudança do cardápio, o ravioloni de camarão com molho de champagne e trufas, só a porção agora parece menor).
E aí veio a minúscula sobremesa, a R$ 32, com serviço: bolo cremoso de milho com amoras frescas (as amoras não vieram), purée de amora (mais parecia uma calda), maçã verde caramelizada (também não as vi) e creme de baunilha brûlée. Também comeria o dobro. Enquanto isso, a torta de banana com sorvete que o meu namorado pediu era bem maior, apesar de a apresentação não ter sido tão bonita quanto a da última vez.
Observando os pratos das mesas ao lado e dando uma olhada nas fotos dos pratos na blogosfera, me parece que é mais sensato pedir as massas no Pomodori. As porções são mais adequadas para alguém que queira saciar sua fome. Mas não deixe de pedir couvert, entrada, vinho e sobremesa.