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Fondation Louis Vuitton: A arquitetura eclipsa a arte, mas é um belo passeio ao bosque com a obra de Gehry

A concorrência é fortíssima. A construção é tão escultural que você não conseguirá apreciar a arte na primeira visita; precisará voltar outras vezes quando a arquitetura fica mais invisível na sua cabeça. Com a água caindo por uma escada-cascata em direção ao edifício-caravela projetado por Frank Gehry — que deixa as “escamas” de titânio que marcou seus últimos projetos culturais e agora adota velas de vidro (que “escondem” a estrutura) —, é como se a Fondation Louis Vuitton fosse um barco futurista eternamente navegando pelos jardins do maior parque da cidade, “pulmão” de Paris, antigo terrain de caça dos reis franceses, o Bois de Boulogne.

Um pouco distante do centro da cidade e no meio de uma floresta urbana, a Fondation tem uma localização inusitada, e o chegar lá faz parte da experiência. A cada quinze minutos e custando € 1 (R$ 4), saem navettes elétricas (um miniônibus que não polui) da avenue de Friedland, em frente a uma das saídas da estação de metrô Charles de Gaulle-Étoile, do ladinho do Arco do Triunfo (se você quiser ir de metrô direto até a Fondation, a estação mais próxima, a Les Sablons, fica a uns 15 minutos a pé caminhando pelo parque).

A coleção, que pertence ao conglomerado de luxo Louis Vuitton Moët Hennessy, aka LVMH (com algumas obras da coleção particular do dono, o todo-poderoso Bernard Arnault), é formada por obras a partir dos anos 1960 até hoje e é apresentada através de uma exposição permanente e temporárias através de quatro linhas curatoriais: pop, contemplativa, expressionista e música/som. Diante da riqueza do grupo (com lucros que chegam a € 4 bilhões por ano) e da relação da marca-mãe Louis Vuitton com a arte contemporânea (alguém se lembra das coleções do Marc Jacobs com intervenções de Stephen Sprouse, Takashi Murakami, Yayoi Kusama?), nem preciso dizer que a coleção possui obras extremamente importantes de cada artista.

Tem obras de arte até meio invisíveis, tamanha a integração delas com a arquitetura, como é o caso da instalação Inside The Horizon, com 43 colunas triangulares do artista dinamarquês Olafur Eliasson, e as telas monocromáticas feitas para o belíssimo auditório pelo artista norte-americano Elsworth Kelly, lugar que já teve até show do Kraftwerk além de récitas de música clássica. Para evitar filas, compre seu ingresso com antecedência (com dia e hora agendados), clicando aqui; não deixe de tomar uma flûte de Dom Pérignon (cuvée da Moët, maison de champagne que é parte da LVMH) no belo restaurante Frank; e aproveite os terraços no topo da Fondation para apreciar a vista do bosque e de tout-Paris.

 
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A escada-cascata que desce até o auditório. Imagem: Shoichi Iwashita
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Detalhe do teto com pessoas para ter noção da escala do edifício. Imagem: Shoichi Iwashita
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Obra de Nam June Paik, que é parte da coleção da LVMH. Imagem: Shoichi Iwashita
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A disposição dos terraços em vários níveis. Imagem: Shoichi Iwashita
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Uma das galerias. Imagem: Shoichi Iwashita
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O auditório, que fica no subsolo, com pinturas do artista norte-americano Elsworth Kelly. Imagem: Shoichi Iwashita
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A instalação de Olafur Eliasson que se funde com a arquitetura de Gehry, no subsolo da Fondation. Imagem: Stephen Shankland
fondation-louis-vuitton-paris-lvmh-bois-de-boulogne-1O logo da Louis Vuitton na entrada. Imagem: Shoichi Iwashita fondation-louis-vuitton-paris-lvmh-bois-de-boulogne-2A navette elétrica que sai da avenue de Friedland e que, por 1 euro, deixa na porta da Fondation Louis Vuitton. Imagem: Shoichi Iwashita
fondation-louis-vuitton-paris-lvmh-bois-de-boulogne-3O edifício de Frank Gehry, o mesmo que projetou o Guggenheim de Bilbao, parece flutuar sobre a água. Imagem: Shoichi Iwashita
Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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