Gordon Ramsay
Ele já expulsou um crítico do Sunday Times de seu restaurante, já comandou reality-shows gastronômicos onde a palavra f*** é pronunciada a cada três segundos e já foi processado por seu chef pâtissier por agressão. Mas, apesar das críticas à sua pessoa, o Gordon Ramsay “flagship” em Chelsea (seu império é formado por mais-de-um-restaurante em lugares tão distantes quanto Londres, Nova York, Los Angeles, Las Vegas, Versalhes, Toscana e Doha) é, assim como o Eleven Madison Park em Nova York (que é a quintessência de NY), o restaurante que traduz o espírito inglês na alta gastronomia em Londres (por isso é imperdível; aberto em 1998, até recentemente era o único restaurante na cidade com três macarons Michelin; hoje, são ele e o Ducasse no Dorchester, mas o Ducasse você deixa para comer em Paris). Instalada numa pacata rua de pequenos prédios de tijolinhos, no térreo de um prédio residencial de três andares, ao chegar, você encontrará apenas o doorman e uma pequena porta preta. Completamente low-profile e intimista. Ao caminhar pelo corredor estreito e com baixo pé-direito e chegar ao bar no fundo e avistar o salão, a sensação é a de que se está na casa de amigos. Reformado recentemente (fim de 2012), o Gordon Ramsay está bem menos sisudo (antes era tudo muito claro, cadeiras retas, simples; tudo muito sóbrio), mais aconchegante (tons pastéis, nova iluminação, carpete no chão), melhorando o único aspecto que não era perfeito anteriormente: o ambiente.
Mr. Ramsay raramente é visto na cozinha (assim como Ducasse e Robuchon, está comandando seu império mundial), mas a jovem e exigente head chef Clare Smyth nos oferece uma cozinha impecável, dos pães (todos os dias quando ela chega ao restaurante, come uma fatia de TODOS os pães feitos na casa para checar se estão comme il faut) às sobremesas, passando pelos amuse-bouches e os pratos com foie gras, sempre surpreendentes. São três opções de menu: 1) à la carte (entrada, prato principal e sobremesa a £ 95); 2) o Menu Prestige com os pratos clássicos de Gordon, como o ravioli de lagosta e lagostim, o pé de porco cozido lentamente e o cordeiro (£ 135); e 3) o Seasonal Inspiration Menu, que é onde Clare se expressa com elegância e precisão (£ 155). Os pratos são sempre muito saborosos, cozidos à perfeição e visualmente impecáveis, ou com alguns sabores desafiadores que fazem parte da experiência. Mas, nunca decepcionantes.
O rigor também é percebido no serviço, comandado pelo francês Jean-Claude. E as reservas, obrigatórias.
[nggallery id=37]