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Hotel Arpoador: Sofisticação contemporânea neste hotel pé-na-areia em uma das localizações mais icônicas do Rio de Janeiro

Nem uma porta, nem um muro, nem um cordão de segurança separam você do calçadão e da praia no hotel Arpoador. No térreo, o restaurante Arp, que abre o dia todo, das 7h às 23h, e, acima dele, os três quartos com vista para o mar por andar. Imagem: Divulgação.

Não consigo pensar hoje em um hotel — não só no Rio de Janeiro, mas no Brasil — que atenda tão perfeitamente o viajante contemporâneo sofisticado; não só pela localização única e experiência que entrega mas, surpreendentemente, pelo preço que cobra (saiba quanto custa e veja todas as fotos comentadas no fim da matéria).

O antigo Arpoador Inn, que funcionou entre 1974 e 2016, e reabriu em 2019 apenas como hotel Arpoador depois de uma repaginação total e muito bem sucedida, tem apenas 49 quartos espalhados por sete andares, segue sendo um hotel independente (já na terceira geração de uma família de hoteleiros que criou também o Ipanema Inn, cuja crítica você lê aqui) e tem como grande trunfo uma das localizações mais icônicas da Cidade Maravilhosa: vizinho da pedra que dá nome ao hotel, o começo de Ipanema, de onde tradicionalmente se assiste, de um camarote natural, ao espetáculo do Sol se pondo por trás do Morro Dois Irmãos (mas só no verão).

Na Francisco Bhering, uma ruazinha de paralelepípedos à beira-mar, arborizada e fechada para carros (a entrada oficial é pela rua de trás, a Francisco Otaviano), o hotel Arpoador é tão pé na areia — e sem portões, sem grades — que faz a gente esquecer que está em um dos bairros mais movimentados da segunda maior cidade do Brasil. É um cenário acolhedor que proporciona intimidade com a praia, o mar, sem os carros da Avenida Vieira Souto para atrapalhar.

COMIDA SAUDÁVEL, SERVIÇO JOVEM E JOVIAL, E BELAS VISTAS NO HOTEL ARPOADOR

A vista do topo do hotel para a praias de Ipanema e Leblon, com o Morro Dois Irmãos ao fundo. Imagem: Shoichi Iwashita

E não para aí. No Arp, o restaurante do hotel, tem ainda a cozinha saudável e o cardápio de drinques cheios de infusões assinados por duas grandes pesquisadoras da gastronomia e da mixologia brasileiras — Roberta Sudbrack e Néli Pereira, respectivamente —; no serviço está uma juventude diversa, simpática e preparada (com uma faixa etária abaixo da média da maioria dos hotéis); e o topo do edifício onde ficava a casa de máquinas se transformou em um muito bem-vindo rooftop onde ficam a piscina (pequenina mas refrescante) com serviço de bar, a sauna a vapor (mista, tem de usar roupa de banho) e um guarda-corpo de vidro que entrega uma bela vista para o Arpoador e a praia de Ipanema (foto acima). Uma combinação de elementos que traduz com precisão o estilo de vida carioca, com aquela bossa praiana, elegante e contemporânea, livre de afetações.

O hotel não tem academia (apenas uma sala com elíptico, esteira e pesos livres), mas eles organizam aulas de yoga no rooftop todas as quartas e sextas — abertas também a não-hóspedes por R$ 60 —  e mantêm uma parceria com a Body Tech que garante desconto no valor da diária (e eu sempre acho mais legal treinar em uma academia de verdade, com toda a estrutura e com os locais, que em academia de hotel; até no Mandarin Oriental em Nova York que tem uma super academia eu prefiro usar a parceria que eles têm com a Equinox no térreo).

DA PORTA DA ENTRADA ATÉ O MAR, SEM PAREDES

São cinco categorias entre os 49 quartos, que vão de 16 a 50 metros quadrados. Na foto, o quarto Grande com Varanda, com espaçosos 32 metros quadrados. Imagem: Shoichi Iwashita

A proximidade com o mar inspirou o arquiteto Thiago Bernardes — que incluiu, além do rooftop, varandas antes inexistentes em cinco quartos (apenas um por andar) — a pensar o edifício como uma embarcação. Essa é a sensação quando se sai dos elevadores em direção ao quarto, nos corredores branco-brilhantes com janelas que lembram escotilhas, e o projeto de marcenaria com móveis que se encaixam uns nos outros que tem por objetivo aproveitar ao máximo o espaço dos quartos, que, assim como as cabines dos navios, possuem espaço limitado começando com 16 metros quadrados, ou seja, pequenos.

Por isso, das cinco categorias, prefira se hospedar no quarto Grande, com vista para o mar e 24 metros quadrados; no Grande com Varanda, também com vista para o mar e 32 metros quadrados (mas são apenas quatro unidades); ou ainda na única Suíte — e varanda —, com 50 metros quadrados.

E aí tem os detalhes que a gente ama: só snacks saudáveis e refrigerantes orgânicos no frigobar; os amenities da Granado (eles ainda usam plástico, mas, pelo menos, em tamanho maior); as cortinas de algodão em um degradê que vai do branco ao azul, as redes nos quartos (só a partir do quarto Grande); as bicicletas lindas para explorar a cidade (uso de até duas horas); a granola feita na casa; o picolé de fruta artesanal servido assim que você passa pela porta de entrada e já vê o lobby, o restaurante e a luz do mar e do céu lá do outro lado do térreo.

QUANTO CUSTA SE HOSPEDAR NO HOTEL ARPOADOR?

Para o quarto Pequeno, com 16 metros quadrados, calcule a partir de R$ 770, com o café da manhã incluído para duas pessoas. Mas o melhor custo-benefício está nos quartos com vista para o mar. Se no Fasano e no Emiliano, um quarto de frente para a praia não sai por menos de R$ 2.900, no Arpoador, o quarto Grande com 24 metros quadrados, com vista-mar, mas sem banheira e sem varanda sai a partir de R$ 1.650; quase metade do preço, com cama (o enxoval é de bastante qualidade) e localização não menos incríveis.

A entrada para o hotel Arpoador, onde o carro vai te deixar, fica na Rua Francisco Otaviano, 177, bem no comecinho de Ipanema, logo saindo de Copacabana (basta pegar a Joaquim Nabuco e entrar na Vieira Souto à esquerda para chegar). E são três telefones: o da recepção é 55 21 / 3600-4000, o para reservas é 55 21 / 2529-1000, e você também pode usar o whatsapp através do número 55 21 / 967-480-155. {Para acessar o site do hotel, é só clicar aqui.}

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Cabeceira de palha de taboa, uma planta abundante muito utilizada na cestaria, móveis que se encaixam para economizar espaço, cama super queen a partir do quarto Grande (nos quartos Pequeno e Médio, a cama é no tamanho Queen), enxoval ótimo e toques de azul na decoração. Imagem: Shoichi Iwashita

Boas vindas com bolinho feito na casa com calda para ser apreciados com os livros editados pelo próprio hotel sobre o bairro de Ipanema. Imagem: Shoichi Iwashita

Mesa de trabalho e papelaria linda com todas as informações sobre o hotel. Imagem: Shoichi Iwashita

Tomadas, interruptores e saída USB ao lado da cama. Imagem: Shoichi Iwashita

Guarda-roupa com portas vazadas, banheiro bem iluminado e amenities da Granado. Imagem: Shoichi Iwashita

Os quartos Pequeno, Médio e Grande não possuem banheira, que estão apenas no quarto Grande com Varanda e na Suíte. Mas a partir do quarto Grande, todos os banheiros têm vista para a praia. Imagem: Shoichi Iwashita

No último andar, uma piscina pequena com vista para a Pedra do Arpoador, as Ilhas Cagarras e a praia de Ipanema. Imagem: Shoichi Iwashita

A Pedra do Arpoador, onde eu gosto de assistir ao pôr do Sol. Imagem: Shoichi Iwashita

O bar da piscina. Imagem: Shoichi Iwashita

Do outro lado, com vista para a rua, tem a sauna a vapor com porta e janela de vidro. Imagem: Shoichi Iwashita

E mesmo do outro lado, a vista é linda. Imagem: Shoichi Iwashita

O salão do Arp, o restaurante do hotel Arpoador, aberto o dia todo, com cardápio assinado por Roberta Sudbrack e drinques criados pela mixologista paulistana Néli Pereira. Imagem: Shoichi Iwashita

Amo que o restaurante seja completamente aberto para a rua de paralelepípedos de frente para o mar. Imagem: Shoichi Iwashita

Salada de quinoa com vegetal orgânico do dia, tomate e castanha de Baru. Comidinhas simples, descomplicadas e saudáveis. Imagem: Shoichi Iwashita

A vista (com um pouco de zoom) de frente ao hotel ao anoitecer. Imagem: Shoichi Iwashita

O café da manhã é sempre incluso no valor da diária e é servido na mesa para evitar o desperdício dos buffets (prática que deveria acabar no hotéis). Ovos feitos na hora, e granola, iogurte, pães e geleias (aqui de amora e cereja), tudo feito na casa. Amo que eles deixam vários talheres na mesa; não precisa ficar pedindo. Imagem: Shoichi Iwashita

A vista irrestrita da mesa do café da manhã. Nem um vidro sequer. Imagem: Shoichi Iwashita

A entrada pela rua Francisco Otaviano, com as bicicletas para os hóspedes estacionadas na entrada: hotel lindo de todos os ângulos. Imagem: Shoichi Iwashita

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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