Lindo Boeing 787-8 Dreamliner na rota São Paulo – Los Angeles
Imagine viajar em uma aeronave 60% mais silenciosa, com janelas maiores (mágicas, sem persianas!), com sensores que reduzem a turbulência, pressão da cabine mais “próxima da terra” (de 8.000 para equivalentes a 6.000 pés, o que reduz a fadiga do nosso corpo), que gasta 20% menos combustível (diminuindo seu footprint ecológico; qualquer voo internacional torra dezenas de milhares de litros de combustível no ar), que oferece mais espaço nos compartimentos para bagagem de mão (igual a menos tensão na econômica) e, principalmente, que consegue entregar mais umidade no ar (o ar dos aviões durante voo é mais seco que o mais seco dos desertos), o que faz com que você não precise pingar lágrimas artificiais nos olhos e soro no nariz, passar toda hora hidratante nos lábios, no rosto, nas mãos e tomar sete litros de água durante suas horas no céu. É essa experiência BEM mais confortável de viagem que oferece o Boeing 787-de-turbina-dentada-Dreamliner (e futuramente também seu primo concorrente de mesma categoria, o Airbus A330).
São apenas três companhias aéreas voando atualmente com o 787 de e para São Paulo: a LAN, com o 787-9 (seis metros mais comprido que o 787-8) voando e voltando para Santiago de Chile (SCL) e Milão (MXP); a Ethiopian para sua capital, Addis Ababa (ADD); e a American Airlines, com o 787-8, que, felizmente, começou no dia 5 de novembro a fazer a rota São Paulo (GRU) — Los Angeles (LAX), sete dias por semana, trazendo o design mais contemporâneo e mais bonito — a começar pela pintura da aeronave — dos 787 entre as companhias aéreas. A American Airlines também é a única que oferece wi-fi a bordo. E o mais legal é que, a partir de fevereiro de 2016, a American começa a rota Los Angeles — Tóquio, ou seja, vai dar para fazer São Paulo — Tóquio via LA (como nos bons tempos da Varig) de 787, na que já é uma das melhores opções de classe executiva hoje em operação. Para todas as outras rotas que a American opera de Guarulhos, eles usam o Boeing 777-300ER, a aeronave flagship da companhia para rotas internacionais, que possui quatro classes: primeira, executiva, main cabin extra e econômica.
Na configuração da American, o 787-8 tem três classes, e a primeira ficou de fora: tem econômica, executiva e a main cabin extra, que seria uma econômica premium, com poltronas iguais e de mesma largura da econômica comum mas com 12 centímetros a mais de espaço entre fileiras, o que garante mais conforto para as pernas. Como o 787 não é das maiores aeronaves, a econômica tem configuração 3-3-3, e isso não significa que você vai ter mais espaço do que num avião maior cuja econômica tenha uma configuração 3-4-3 (todas as companhias aéreas do mundo oferecem a configuração 3-3-3 em seus 787-8).
A CLASSE EXECUTIVA DO B787 DREAMLINER DA AMERICAN AIRLINES
Todas as 28 poltronas têm acesso ao corredor (é 1-2-1, o melhor formato), não são muitos largas e, apesar de as cabines-casulos-quase-minisuites serem um pouco claustrofóbicas, são muito confortáveis: elas têm um controle digital e touchscreen (parece um iPhone) que coloca a poltrona em ótimas e ergonômicas posições pré-definidas, além de permitir que você crie e salve a sua própria configuração. São flat-bed, ou seja, se transformam em uma cama totalmente horizontal e, justamente por serem meio claustrofóbicas, são bastante privativas (é muito ruim deitar e pensar que pode ter estranhos te olhando dormir). E uma das características desta classe executiva é que, assim como nos trens, você pode voar tanto de frente quanto de costas para a ponta do avião. Se você estiver viajando em casal, selecione os assentos do meio e de costas; de frente para o bico da aeronave, mesmo sentados lado a lado, a distância é tão grande que não dá para conversar com seu vizinho de poltrona (mesmo de costas, a conversa não será muito confortável). De resto, tudo o que a gente pode querer num voo: wi-fi (duas horas, US$ 12; quatro horas, US$ 17; durante todo o trajeto, US$ 19 — caso você faça mais voos, o voucher de US$ 19 vale por 24 horas); snack bar com lanches e bebidas durante todo o voo para aquela fome no meio da noite (é a primeira companhia aérea norte-americana a oferecer esse serviço); duas entradas USB mais duas tomadas em cada poltrona; fones de ouvido Bose com redução de ruído; monitor de 16 polegadas com filmes, programas de TV, rádio e muita música (e o monitor não precisa ficar guardado durante o pouso e a decolagem, o avião foi homologado de forma que ele pode ficar aberto); e janelas grandes, sem persianas, que escurecem completamente de forma eletrônica: você aperta um botãozinho, seleciona um dos cinco níveis de “claridade” — do completamente transparente ao completamente escuro — e esperar um pouquinho para que o vidro “se adapte”; é incrível. Na hora de reservar, só evite os assentos da primeira fileira, que só têm uma janela enquanto todas as outras têm duas por fileira. A compra de uma passagem na classe executiva permite usar o Admiral’s Club, a ótima sala VIP da American Airlines no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos.
COMO SABER SE A SUA AERONAVE É A ÚLTIMA VERSÃO?
Além do brand new 787-8 que faz a rota Los Angeles (são apenas 12 aeronaves dessas na American, olha que honra), todos os outros 32 voos semanais partindo de São Paulo para os Estados Unidos são feitos com o Boeing 777-300ER na configuração-decoração atualizada, isto é, moderna, que a gente gosta. Já para os voos saindo do Galeão no Rio, que usa o 777-200, é sempre bom verificar se o voo vai ser com uma aeronave com configuração original, ou seja, antiga, ou a retrofit, já reformada e atual. Se você colocar o nome da companhia aérea, o número do voo e a data no seatguru.com é capaz que eles informem qual aeronave será utilizada (mas sempre pode haver mudanças de última hora de acordo com a disponibilidade da companhia aérea). Para saber se a aeronave tem a configuração nova ou antiga, basta se atentar para o fato de que as novas NÃO POSSUEM primeira classe e têm main cabin extra, enquanto as antigas têm primeira classe e não têm main cabin extra.
QUANTO CUSTA IR PARA LOS ANGELES NESSE AVIÃO?
Numa simulação para a compra de uma passagem ida e volta (com taxas) para Los Angeles em fevereiro de 2016 no 787-8, os preços são a partir de R$ 1.976 (US$ 494, com o dólar a R$ 4) na classe econômica e R$ 18.746 (US$ 4.686,25) na classe executiva. Sobre se vale ou não a pena pagar essa diferença de preço, clique aqui. Para viajar na main cabin extra, é preciso antes comprar uma passagem econômica e na hora de selecionar o assento marcar a opção com mais espaço entre fileiras, e pagar a diferença. Você pode fazer isso a qualquer hora até mesmo durante o check-in. O número do voo de Los Angeles para São Paulo é o 215 e o de São Paulo para Los Angeles, 216.
Só sei que a American Airlines com seu 787-Dreamliner passa a ser benchmark para outras companhias aéreas.
Para consultar ou comprar sua passagem no site da American, clique aqui.
A linda pintura da aeronave da American Airlines. Imagem: Divulgação
O Boeing 787-8 Dreamliner da AA estacionado no Aeroporto de Guarulhos em São Paulo. Imagem: Shoichi Iwashita
A configuração 1-2-1 da cabine da classe executiva que permite que você viaje de frente ou de costas para a frente do avião. Imagem: Divulgação
O Boeing 787-8 da American Airlines não tem primeira classe, a mas a poltrona da classe executiva, total flat-bed, oferece todo o conforto para o passageiro. Imagem: Divulgação
As poltronas se transformam em cama, totalmente na horizontal e oferecem bastante privacidade. Imagem: Divulgação
A minha foto para mostrar a poltrona-cama com bastante privacidade durante a visita à aeronave. Imagem: Shoichi Iwashita
Nesta foto, dá para ver uma comparação das janelas, sem persianas: uma totalmente escura, outra mais ou menos e as duas nas extremidades completamente transparentes. Imagem: Shoichi Iwashita
A main cabin, a cabine onde ficam os assentos da econômica com iluminação nas cores da American Airlines. Imagem: Divulgação
A belíssima turbina. Imagem: Shoichi Iwashita
O bico do Boeing 787-8 Dreamliner da American Airlines estacionado no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Imagem: Shoichi Iwashita
São Paulo, novembro de 2015.