Museu Picasso
Pablo Picasso é daqueles artistas que se dariam muito bem no mundo atual das redes sociais, onipresente que ainda é, mesmo tendo morrido nos “longínquos” anos 1970. É o artista mais prolífico de toda a história da arte. Em seus 78 anos de vida foram quase 150 MIL OBRAS que abasteceram três museus com seu nome, todos em cidades onde viveu, criou e produziu: um em Málaga, onde nasceu (aberto em 2003, com quase 300 obras), um em Barcelona (aberto em 1963, com mais de 4000 obras) e outro em Paris (inaugurado em outubro de 1985, com mais de 5000 obras); sem falar na coleção de 864 obras desse mestre incontestável da arte moderna no Museu Ludwig, em Colônia, e outras milhares de pinturas, gravuras, esculturas e cerâmicas espalhadas nos principais museus de todo o mundo, do Reina Sofía ao MoMA, e em coleções particulares.
O Musée Picasso, que reabriu em 2014 depois de cinco anos em reforma, fica no Hôtel Salé, um dos maiores e mais extravagantes châteaux parisienses construídos no século 17 (apenas uma construção da época rivalizaria com a casa do coletor de gabela, o famigerado imposto sobre o sal — daí o nome “salé” —, Pierre Aubert de Fontenay: o château de Vaux-le-Vicomte, mas sem os jardins). Construído nos anos 1650 com inspirações italianas, o edifício possui uma das escadas mais deslumbrantes e cinematográficas da cidade onde está hoje uma das principais obras da coleção do museu, La flûte de Pan, de 1923 (imagem que ilustra esta matéria). Não perca.
Se a coleção do museu de Barcelona tem foco nos primeiros anos do artista, entre 1890 e 1917, a do museu de Paris é bem abrangente: nos amplos cinco mil metros quadrados do Musée Picasso, você vai poder ver desde A Menina com os Pés Descalços (La fille aux pieds nus ) pintada em 1895 quando Picasso tinha ainda 14 anos de idade até obras concluídas pouco antes de sua morte em 1973, aos 78 anos (passando por expoentes importantes do cubismo, como todos os seus quadros subversivos de violões e cachimbos, banhistas e incríveis, incríveis retratos e bustos das muitas mulheres que passaram por sua vida).
Para uma parada pós-museu para assimilar a arte e preencher o vazio no estômago, se o tempo estiver lindo tome um café no Café sur le toit, no terraço do museu, com comidinhas e pâtisseries da Angelina; vá comer uma galette ou um crepe no Breizh Café, acompanhado de uma sidra; ou ande mais um pouquinho para um kebab de falafel divino no L’As du Falafel, de pé mesmo, na Rue des Rosiers.
A belíssima escada. Imagem: Musée Picasso @ Fabien Campoverde No hall da escada, o bronze Marie-Thérèse, uma das mulheres de Pablo Picasso, esculpida em 1931. Imagem: Shoichi Iwashita Panorama de uma das salas. Imagem: Shoichi Iwashita Panorama de uma das salas. Imagem: Shoichi Iwashita Nicho no subsolo, com o bronze Cabeça de Mulher, de 1931. Imagem: Shoichi Iwashita A Cabra, o modelo original em gesso do que se tornaria uma escultura em bronze, feita com objetos encontrados no ateliê de Picasso em Vallauries: cestas de vime, canecas de cerâmica, frondes de palmeira, pedações de metal e cacos de cerâmica. Imagem: Shoichi Iwashita Rampas que conectam os andares. Imagem: Shoichi Iwashita A cadeira-paleta de Picasso. Imagem: Higor Secco