Nolinski: O hotel vintage-chic recém-aberto e com metrô na porta, entre a ópera, o teatro e o Louvre
Existe um certo prazer em se hospedar em uma área extremamente central e movimentada, a alguns passos das maiores e melhores atrações e lojas de Paris — Opéra Garnier, Louvre, Commédie Française, Palais Royal, Musée des Arts Décoratifs, Jardin des Tuileries e a rue Saint-Honoré —, exatamente em frente à saída do metrô Pyramides (não tem maior luxo urbano), e observar os carros, os ônibus e as multidões da Avenue de l’Opéra como se fossem uma cena de filme mudo em meio ao conforto de um quarto absolutamente silencioso e elegante, repleto de luz natural, num edifício do período haussmmaniano. Aberto em 2016 na avenida que liga o Opéra Garnier à Commédie Française, o Hôtel Nolinski traz todas as comodidades de que precisa o viajante contemporâneo, incluindo uma relaxante piscina indoor anexa ao spa (ela é bem escura como no Costes e no Mandarin Oriental, mas lembre-se de que piscinas são raridades nos hotéis parisienses), na melhor localização da cidade, com uma decoração divertida-vintage-pop sem deixar de ser elegante, por menos da metade do preço de se hospedar num hôtel palace. Sem falar que — além dos doormen gatos vestidos em impecáveis ternos príncipe de Gales — eles têm a mais incrível pantufa da vida: é como se você estivesse a caminhar com uma nuvem nos pés (eu nunca uso pantufas, mas desta vez eu adotei; ainda mais porque a única coisa que não me agradou nos quartos foi o chão de alvenaria dos banheiros).
Com apenas 45 quartos e suítes (os palaces têm geralmente entre 150 e 250), o que faz do Nolinski um hôtel boutique, a oferta inclui três tipos de quarto — entre 21 e 28 metros quadrados — e cinco categorias de suítes — de 32 a 76 metros quadrados, a maior com dois quartos e capacidade para quatro pessoas (e o mais legal é que no ato da reserva pelo site, você já pode adicionar experiências à sua conta: de um vaso com flores frescas a € 80 ao transfer aeroporto-hotel por € 150, passando por uma sessão de fotos suas pelo estúdio Harcourt, a € 1600). Mas o charme vai além dos móveis design que conversam com os anos 1950 e o art déco, dos ricos tecidos, das belíssimas madeiras, e dos livros espalhados pelos quartos, corredores do hotel e o grand salon: além de uma brasserie aberta para a rua e o dia todo, das 7h às 23h (e você pode escolher tomar o seu café da manhã ou na Rejane com os parisienses que a frequentam, ou no salon, o lounge mais confortável e privativo, quase secreto), o hotel ainda conta com o Rej, uma loja de comidinhas take-away (também aberta para a rua) com várias delícias — de muffins a croissants (incluindo um carrinho de sorvete na porta), passando por saladas a lasanhas, sem deixar de lado o café — para você consumir on-the-go ou no seu voo de volta. E ainda tem o restaurante, um macaron Michelin, por um ótimo motivo fora do hotel: isso porque ele faz parte do complexo do Palais Royal — vizinho ao centenário Grand Véfour, e por isso com o nome Le Restaurant du Palais Royal —, um dos nossos lugares favoritos na cidade, com direito a mesas no jardim. Para chegar lá, basta uma caminhada muito agradável de 700 metros, passando pela place Colette, as colunas de Buren e as arcadas centenárias e elegantes do Palais, o “palácio” do todo-poderoso Cardeal Richelieu, que foi posteriormente residência do jovem Louis 14, sede do governo francês durante a última regência do reino da França, lugar dos mais populares cafés durante a Revolução e hoje é sede do Ministério da Cultura.
Chegar para competir com os muitos bons hotéis já estabelecidos há décadas ou mesmo séculos numa cidade como Paris é um ato do coragem empreendedora, mas o Nolinski não nos deixa sentir falta de nada, e tem aquilo o que a gente mais preza quando o assunto é hospedagem: uma localização excepcional.
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Olhando para cima antes de entrar no Hôtel Nolinski, na Avenue de l’Opéra 16. Imagem: Shoichi Iwashita A elegante recepção. Imagem: Divulgação As escadas lúdicas… Imagem: Shoichi Iwashita …Com luminárias que parecem brincos. Imagem: Shoichi Iwashita No hotel que fica na Avenue de l’Opéra, você é recebido com o opéra, uma pâtisserie clássica francesa. Imagem: Shoichi Iwashita A mesa de trabalho leva um banco que parece de penteadeira, que eu substituí pela cadeira da esquerda para trabalhar. Imagem: Shoichi Iwashita Tomada e saídas USB e HDMI na mesa. Imagem: Shoichi Iwashita O banheiro tem esse jogo de azulejos em diferentes tons de cinza que fazem uma linda combinação com os metais em ouro fosco. Imagem: Shoichi Iwashita A disposição dos amenities. Imagem: Shoichi Iwashita O frigobar e as comidinhas ficam num móvel que parece um cofre. Imagem: Shoichi Iwashita A caixa de som para o celular segue o estilo antigo e o som é ótimo. Imagem: Shoichi Iwashita Amo esses toggles à la Corbusier como interruptores. Imagem: Shoichi Iwashita Várias texturas e seis travesseiros sobre a cama. Imagem: Shoichi Iwashita Vários quartos que dão para a frente do edifício têm terraços com essa vista para a Avenue de l’Opéra. Imagem: Shoichi Iwashita O meu tinha dois terracinhos e portas que isolavam completamente o barulho da rua. Imagem: Shoichi Iwashita A iluminação do quarto e a cama pós serviço de abertura de cama. Imagem: Shoichi Iwashita O grand salon: o salão multiuso em clima de boudoir para café da manhã, chá tarde, drinques à noite. Tem ainda uma mesa com computador e um piano. Imagem: DivulgaçãoUm cantinho do grand salon, com todas essas cadeiras mega confortáveis. O trabalho de pintura nas paredes, tanto aqui quanto no Rejane, é lindo. Imagem: Shoichi Iwashita Os livros estão por toda a parte no Nolinski. E eu amo. Imagem: Shoichi Iwashita A piscina (na real, é bem mais escura que na foto), que tem uma sauna seca e outra a vapor anexas, perfeita para relaxar no fim do dia. Imagem: DivulgaçãoA brasserie Rejane que dá para a rua e fica aberta o dia todo. Imagem: Divulgação Outro ambiente da brasserie. Imagem: Shoichi Iwashita No café da manhã, você escolhe um combo e alguns pratos quentes eles preparam na hora. Imagem: Shoichi Iwashita Amo também o indicador dos elevadores, a flechinha vai caminhando ao encontro dos números. Imagem: Shoichi Iwashita As incríveis pantufas do Nolinski. Imagem: Shoichi Iwashita O Restaurant du Palais Royal, o restaurate-do-hotel-fora-do-hotel fica neste cantinho do Palais Royal com mesas externas. Imagem: Shoichi Iwashita Mas como estava muito quente, preferi me sentar no salão. E como entrada, comi aspargos brancos com vinagrete com wasabi e miso preto. Delicioso. Imagem: Shoichi Iwashita De prato principal, cabillaud (bacalhau) confit no azeite com ervilhas, toranja e berbigões. Imagem: Shoichi Iwashita De sobremesa: ruibarbo confit com sorvete de pistache e fromage blanc, esse queijo fresco com consistência de iogurte grego que não é nada azedo. Imagem: Shoichi Iwashita