O ano passado, onde?
L’Année Dernière à Marienbad (em português, O Ano Passado em Marienbad ), é um dos filmes mais incompreendidos da história do cinema, apesar de extremamente belo e poético. O filme dirigido por Alain Resnais, uma das principais figuras da nouvelle vague (movimento do cinema francês da década de 1960 formado por jovens autores que utilizavam o cinema para transgredir as regras do cinema mais comercial, com uma visão extremamente crítica da sociedade, propondo um “novo” cinema), ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1961 e foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original.
Num cenário luxuoso, entre châteaux e jardins (da cidade de Marienbad, na República Tcheca, até Munique, na Alemanha – apesar de parecer que o filme se passa apenas num só local), três personagens sem nome (X, A e M) vivem uma história, ou uma “não-história”, que mistura o passado com o presente, a imaginação, a mentira com a realidade, revolucionando a narrativa clássica.
O filme é hipnótico, segue um ritmo onde parece que o tempo não existe, como se fosse um sonho, que tentamos saber o que é real e o que é apenas imaginação. Será que A realmente se encontrou com X no ano passado? Será que lhe prometeu que ela largaria seu marido M, para fugir com ele? Perguntas que ficam sem resposta.
Além de ser um clássico do cinema, O Ano Passado em Marienbad nos deleita com uma fotografia linda, figurino impecável e a bela atriz Delphine Seyrig no papel de A.
Uns odeiam, outros amam. Para saber de qual lado você está não tem jeito: tem que assistir.