Rosewood São Paulo: Com materiais e acabamentos nunca vistos na hotelaria de luxo no Brasil e em localização icônica, o primeiro hotel Rosewood da América do Sul acaba de abrir
Apesar de ser a cidade mais rica do Brasil e da América do Sul, a hotelaria de luxo em São Paulo sempre foi particular, sem a mesma qualidade de oferta em relação a outras metrópoles do mundo. Pela estrutura boutique e incompleta dos endereços mais famosos; pela falta de primor nos móveis, materiais e acabamentos; e, principalmente, por um aspecto essencial da experiência dos bons hotéis: a localização que entrega o melhor do destino a alguns passos de distância. E, no universo das viagens de luxo, uma localização icônica. {Para saber qual o melhor bairro para se hospedar e as críticas de vários hotéis em São Paulo, clique aqui.}
É emblemático pensar que no mesmo mês de dezembro de 2021, quando São Paulo viu o fechamento definitivo do Maksoud Plaza, uma referência da hotelaria paulistana nos últimos 40 anos (mesmo quando deixou de atrair a clientela ilustre e endinheirada dos anos 1980), o hotel Rosewood São Paulo seja o primeiro empreendimento do complexo Cidade Matarazzo a inaugurar.
Dois hotéis que, em comum, tiveram não só a Bela Vista como localização, mas também o melhor da arquitetura e da arte brasileiras de suas épocas em sua concepção. Quem não se encantou com os painéis de Maria Bonomi que faziam parte da própria construção do hotel, a escultura de 40 metros de altura de Yutaka Toyota que ficava pendurada no teto do atrium, ou ainda os jardins suspensos do Maksoud, que ressurgem em escala quase fantástica na Torre Mata Atlântica do Cidade Matarazzo?
Fui uma das primeiras pessoas a dormir no hotel, ainda antes da abertura. E com base no que já sabia, vi e vivi, posso dizer com segurança que a primeira propriedade Rosewood da América do Sul – essa rede de hotéis presente em 15 países, cujo portfólio é formado por endereços míticos como o Carlyle de Nova York, o Crillon de Paris, o Las Ventanas de Los Cabos e o Guanahani de Saint-Barth, e que leva o nome em inglês da brasileiríssima-e-quase-extinta madeira jacarandá-da-bahia – tem grandes chances de ocupar sozinho, por anos a vir e consideravelmente à frente do concorrente paulistano mais próximo, o topo da lista dos melhores hotéis da cidade.
Foram mais de dez anos entre a compra, as negociações com órgãos do governo e sociedade civil, e a construção-adaptação-restauração do complexo histórico – tombado pelos conselhos de defesa e preservação do patrimônio histórico da cidade de São Paulo – do antigo Umberto Primo. O hospital, fundado em 1904 pelo Conde Francesco Matarazzo, industrial italiano que chegou a ser o quinto homem mais rico do mundo, para oferecer saúde de qualidade aos mais pobres, ocupava uma área de quase 30 mil metros quadrados no bairro da Bela Vista, e inclui ainda a Capela Santa Luzia, de 1922, e a Maternidade Condessa Filomena Matarazzo, de 1943, onde está parte do hotel.
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ROSEWOOD SÃO PAULO: UM MESMO HOTEL ENTRE DOIS EDIFÍCIOS QUE REPRESENTAM O PASSADO E O FUTURO
Isso porque os 160 quartos e suítes do Rosewood São Paulo, decorados pelo escritório do designer francês Philippe Starck, estão divididos entre a antiga maternidade – onde vieram à vida mais de 500 mil paulistanos, alguns dos quais trabalham hoje no hotel – e nove dos primeiros 25 andares da novíssima Torre Mata Atlântica, um dos dois únicos novos edifícios do Cidade Matarazzo (todo o restante do complexo são edifícios históricos que foram-estão-sendo adaptados ou restaurados). A primeira, vinda de um passado provinciano quase-aristocrático, e a última, propondo o futuro do habitar dentro do contexto de uma megalópole, os dois edifícios não poderiam ser mais diferentes.
Porque se a maternidade foi construída em um simulacro de estilo neoclássico e volumetria palladiana nos anos 1940, a torre que inaugura em 2022 tem uma fachada em que a alvenaria, o aço e o vidro foram substituídos por ripas de madeira entrelaçadas em padrões geométricos que fazem um lindo contraponto com as formas orgânicas da exuberante vegetação formada por espécies nativas da Mata Atlântica – jatobás, pitangueiras, sibipirunas, jacarandás, sendo que algumas chegam a 15 metros de altura – plantadas em amplos terraços. E uma vez que as mesmas espécies de árvores estarão “na terra e no ar”, o edifício que receberá hóspedes e moradores é praticamente a extensão vertical do parque que vai existir no chão.
A Torre Mata Atlântica, onde estarão não só parte dos quartos do Rosewood São Paulo como também “suítes residenciais” – na verdade, apartamentos completos de um a três quartos, com cozinha, sala de jantar, sala de TV, terraços, e até 450 metros quadrados, com as comodidades dos serviços do hotel –, é o primeiro projeto de Jean Nouvel na América do Sul. Dos mais reconhecidos do mundo, é do arquiteto francês os projetos do Institut du Monde Arabe, a Philharmonie, o Musée du Quai Branly e a Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, alguns dos nossos endereços culturais favoritos em Paris (sem falar no majestoso Louvre Abu Dhabi). {Confira todas as nossas dicas e críticas de Paris, clicando aqui}.
A ABERTURA DO ROSEWOOD SÃO PAULO ESTÁ SENDO AOS POUCOS E SÓ ACABA NO FIM DE 2022
Pela escala da cama king size em relação ao pé-direito e os espaços em volta, é possível perceber na foto o quão espaçosos são os 160 quartos e suítes do Rosewood São Paulo. Me hospedei em um quarto da categoria Premier King, com 58 metros quadrados, no sexto e último andar da maternidade, mas o menor quarto do hotel tem 42 metros quadrados. Imagem: Shoichi Iwashita
À esquerda, está a entrada do quarto, onde fica o bar/cafeteria; no centro, a porta que dá acesso ao banheiro; e, à direita, o espelho que esconde a TV. Imagem: Shoichi Iwashita
O banheiro espaçoso é todo revestido em mármore fosco com metais também foscos, e é equipado com tudo o que você precisa para ter uma estadia mais que confortável: aquecedor de toalhas, assento sanitário Toto com tampo aquecido e todos os controles que a gente ama, chuveiro de teto e lateral, amenidades veganas em embalagens de metal, roupões supermacios e leves, secador superpotente. Imagem: Shoichi Iwashita
Apesar da abertura oficial no dia 15 de dezembro de 2021, o hotel não está funcionando 100%. Parte dos quartos situados na maternidade estão disponíveis para hospedagem, e, das seis operações gastronômicas, só o bar de jazz Rabo di Galo e o restaurante Blaise estão abertos para hóspedes e visitantes. Os quartos do hotel na Torre Mata Atlântica ficam prontos no primeiro trimestre de 2022; o aguardado spa Asaya, marca proprietária da Rosewood, no terceiro trimestre. Os prazos são ainda maiores para algumas das entregas do Cidade Matarazzo, com previsão para 2023. Ou seja, vai levar um tempo ainda – o tempo também das árvores e plantas recém-plantadas alcançarem o esplendor do belo projeto paisagístico – para que a gente tenha a experiência completa do hotel, que inclui o promissor complexo do qual ele faz parte.
No entanto, já é claramente perceptível que não foram poupados esforços – e dinheiro, muito dinheiro – para entregar ao hóspede uma experiência à altura dos melhores hotéis do mundo, com uma identidade bem própria, no entanto; muito a ver com a visão do empresário francês Alexandre Allard, o idealizador do Cidade Matarazzo. Uma identidade formada pela visão e o savoir-faire franceses não só de Allard, Nouvel e Starck como também dos Ateliers de France, uma empresa especializada em restauração de edifícios históricos e construção de residências de luxo, que têm no currículo alguns dos edifícios mais importantes da história da França (o palácio de Versailles, o château de Vincennes, o Opéra Garnier, o palácio de l’Elysée, a place Vendôme), e foi responsável pelos acabamentos do hotel.
Impressionam os amplos painéis envernizados de belíssimas madeiras brasileiras emoldurados por estruturas de metal que recobrem grande parte das paredes (algumas peças, troncos enormes e inteiros, vieram da Amazônia especificamente para o projeto); os banheiros inteiros em mármores locais com metais foscos e diferentes cenários de iluminação; a coleção permanente de mais de 450 obras de artistas brasileiros contemporâneos, muitas site-specific, espalhadas por todo o hotel – no lobby, nos elevadores, nos corredores e nos próprios quartos –; a excelente curadoria de livros sobre história, arte, música, literatura e gastronomia brasileiras que estão em estantes por todo o hotel, antes mesmo da porta de entrada até no frigobar dos quartos; e a contratação de funcionários de longa data de bons hotéis e restaurantes do Rio e de São Paulo. São muitos os rostos conhecidos reunidos aqui. : )
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UM HOTEL ONDE CADA DETALHE É FEITO PARA SER OBSERVADO, APRECIADO E CONTEMPLADO
O projeto de iluminação do quarto e do banheiro inclui tampos iluminados que destacam os objetos sobre eles. O violão em todos os quartos é um dos muitos elementos lúdicos que o Rosewood São Paulo traz para a hospedagem. Imagem: Shoichi Iwashita
No walk-in closet, projeto de marcenaria impecável e sandálias Melissa feitas exclusivamente para o hotel. Imagem: Shoichi Iwashita
Como me hospedei antes da abertura, a única opção de café da manhã era o servido no quarto, e fiquei impressionado com a beleza e a qualidade de todos os acessórios. Das viennoiseries aos pães de queijo muito bem feitos, das porcelanas fabricadas em Limoges a pratos de cerâmica brasileiros, o Rosewood São Paulo é o melhor encontro entre a França e o Brasi. Imagem: Shoichi Iwashita
Há cenários pré-definidos de iluminação no quarto e no banheiro, e eu amo esses interruptores que me lembram os das casas do Corbusier e também os do hotel Nolinski em Paris. Imagem: Shoichi Iwashita
O hotel tem dois carros à disposição dos hóspedes: um Land Rover Vogue blindado (esse da foto) e um Jaguar elétrico. Atenção para o uniforme do motorista. Imagem: Shoichi Iwashita
Todo o caminho, da entrada pela rua Itapeva, passando pelo interior da propriedade até a maternidade-hoje-hotel, foi desenhado para surpreender. O carro, depois de percorrer os jardins do complexo, te deixa em um acesso coberto – chegar ao hotel em um daqueles dias de chuvas torrenciais em São Paulo não será um problema –, com uma grande parede espelhada que reflete não só as enormes estantes de livro que ficam já na parte externa do lobby, quanto você mesmo, chegando e partindo, dentro e fora do carro.
As surpresas não param por aí. A começar pelas obras de arte no lobby, decorado com móveis de designers brasileiros, passando pelos elevadores-instalação do genial artista plástico Walmor Corrêa – com quadros amontoados que prestam uma homenagem lúdica e fantasiosa à exuberante flora brasileira – e os corredores cujas paredes foram transformadas em grandes muros de painéis pintados por artistas diversos. E os livros estão por toda a parte: nas muitas estantes do lobby, ao lado das mesas no restaurante Blaise, e, nos quartos, vão de uma luminária-estante ao lado do espelho de corpo todo que esconde a TV ao frigobar.
E, aqui, acho importante ressaltar que, apesar de uma sofisticação contemporânea urbana máxima (principalmente nos acabamentos impecáveis que só tinha visto no Hôtel de Paris, em Mônaco, depois da recente reforma, ou no Atlantis, de Zurique), há uma ludicidade que não tem medo de ser exagerada. Como nos uniformes, que vão do branco total com chapéu ao ultracolorido, e parecem saídos de Alice no País das Maravilhas. No violão deixado sobre o sofá no quarto. Ou ainda no restaurante Blaise, que recria um chalé de montanha quase cenográfico no coração de São Paulo – ou da Cidade das Esmeraldas d’O Mágico de Oz? – com paredes de madeira que levam fileiras de luzes verdes.
O mais intimista dos restaurantes do Rosewood São Paulo é uma homenagem ao poeta e escritor suíço-francês Blaise Cendrars (nascido Frédéric Louis Sauser em 1887), que perdeu o braço direito na Primeira Guerra, viajou para o Brasil nos anos 1920 a convite de Oswald e Mario de Andrade e Tarsila do Amaral, e escreveria uma série de poemas sobre sua viagem para São Paulo, Rio e Minas Gerais.
O quarto é lindo e amplo – o menor quarto do Rosewood São Paulo tem 42 metros quadrados, sem falar no alto pé-direito –, e na decoração, tudo é o melhor do melhor, do enxoval aos copos passando pelo vaso sanitário japonês com assento aquecido à iluminação que surge, formando diferentes cenários pré-estabelecidos para dia, noite e hora de dormir, não só do teto e das luminárias, como também dos tampos de algumas mesas e suportes.
O Rosewood São Paulo, como hotel parte do megaprojeto Cidade Matarazzo, é uma propriedade que hiperestimula nossos sentidos. Das nobres matérias-primas usadas no projeto de interiores às centenas de obras de arte e milhares de livros, tudo convida à observação, apreciação, contemplação. E tem ainda o “sentir” da hospedagem: dormir na cama perfeita, o banho na banheira esculpida a partir de uma só pedra, a gastronomia de excelência servida em pratos que vão da mais tradicional porcelana francesa a cerâmicas artesanais brasileiras, e que é harmonizada com o melhor dos vinhos nacionais e estrangeiros.
A duas quadras do MASP, o Museu de Arte de São Paulo, o endereço mais icônico da cidade onde está a coleção de arte mais importante do país; do Parque Trianon, o último vestígio da Mata Atlântica nativa em um raio de dezenas de quilômetros; do Mirante Nove Julho, um dos melhores exemplos recentes de reaproveitamento de uma estrutura abandonada e deteriorada; de uma estação do metrô para te transportar pela cidade de forma rápida e segura; e do próprio endereço da antiga mansão de Matarazzo, a segunda casa construída na avenida que se tornaria símbolo da cidade (onde está hoje o Shopping Cidade São Paulo), o Rosewood São Paulo vai estar acessível da avenida Paulista sem a necessidade de atravessar uma rua sequer, através da Alameda das Flores.
Na Bela Vista, ao lado da avenida Paulista, entre Pinheiros/Jardins e o centro, não há melhor localização para que o viajante aproveite o que São Paulo tem de melhor. E ocupando um complexo de edifícios que faz parte da história de São Paulo, no maior projeto de recuperação de patrimônio histórico no Brasil, temos, enfim, um endereço que cumpre com todos os requisitos de um grande hotel. E, conforme, as aberturas forem acontecendo, eu vou atualizando esta matéria aqui. ; )
QUANTO CUSTA SE HOSPEDAR NO ROSEWOOD SÃO PAULO?
As diárias para o quarto mais básico do hotel Rosewood São Paulo, o Classic King, com 43 metros quadrados, começam em R$ 2.900 com café da manhã incluído para duas pessoas. Para se hospedar no quarto Premier King, o mostrado nesta matéria, com 58 metros quadrados e banheira, calcule a partir de R$ 3.850 por noite.
RESERVAS
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