Saint-Martin: Quando ir, quanto tempo ficar, como chegar, que moeda levar, TUDO para planejar sua viagem
Chegar a Saint-Martin faz parte da experiência da viagem. O aeroporto Princess Juliana, na parte holandesa da ilha, é um dos mais famosos do mundo porque sua pista está a 100 metros de uma belíssima e pequena praia, a Maho Beach, frequentada hoje não só por causa da areia branca e água turquesa, mas também por quem quer ver aviões pequenos e enormes — como o Boeing 747 da KLM — passando a poucos metros acima da cabeça.
QUANDO IR
Como a temperatura no Caribe é constante (não faz sentido falar em inverno e verão, já que a temperatura não varia mais que 5 graus Celsius ao longo de todo o ano), quando ir depende unicamente do estilo de viagem que você pretende ter. A alta temporada de Saint-Martin — cheia, mais cara e com menor probabilidade de chuva — vai de dezembro a março, e é perfeita para aqueles que gostam de agitação (e programar a viagem com antecedência, já que as reservas são mais concorridas; lembre-se de que só existe um único hotel cinco estrelas em toda a ilha). Para uma experiência mais tranquila, a melhor época são os meses de abril ou maio (junho e julho, as chances de chuva são maiores). Só evite mesmo-mesmo os meses de agosto a novembro — principalmente setembro — já que Saint-Martin está na rota dos furacões e muitos hotéis até fecham nessa época (não deve ser NADA divertido estar no Caribe preso num hotel enquanto furacões destroem todo o entorno).
QUANTO TEMPO FICAR
Eu fiquei impressionando com a quantidade de praias lindas, ótimos restaurantes e atividades variadas que você pode realizar em Saint-Martin (sem falar que você pode pegar um ferry ou um aviãozinho e ainda visitar as ilhas vizinhas, como Anguilla e Saint-Barthélemy). Sete dias é o ideal. Dá para você conhecer tudo e talvez ainda repetir um programa ou outro de que você tenha gostado muito. Por isso, sair do Brasil no sábado à noite e voltar no sábado seguinte (chegando no domingo para descansar um pouco antes da segunda) é uma ótima pedida.
A MELHOR FORMA DE SE CHEGAR EM SAINT-MARTIN
O Boeing 737 da Copa Airlines pousando no Aeroporto Princess Juliana. A companhia aérea panamenha oferece os melhores tempos de conexão para Saint-Martin, via Cidade do Panamá, partindo de São Paulo ou Rio de Janeiro.
Duas companhias aéreas te levam para Saint-Martin, com uma conexão (não existem mais voos diretos): a Copa Airlines, via Cidade do Panamá, e a American Airlines, via Miami. E, apesar dos tempos de voo parecidos (tanto de Miami quanto da Cidade do Panamá, o tempo de voo para Saint-Martin é de três horas), a Copa ganha quando o assunto é tempo de conexão (você sairá de São Paulo ou do Rio e estará em Saint-Martin 11 horas depois) e o fato de você não precisar do visto norte-americano para viajar.
Dos voos da Copa saindo de São Paulo, você ficará apenas 30 minutos no aeroporto entre um voo e outro na ida — dá tempo porque os portões são próximos — e uma hora na volta (as conexões da American Airlines em Miami começam com 4h30 de espera). E a Copa ainda tem acordo de code-share com a Gol, o que faz com que passageiros de todo o Brasil consigam comprar uma única passagem, seja de Curitiba, de Vitória ou de Fortaleza, para a ilha de Saint-Martin, sempre passando por Guarulhos ou Galeão, que é de onde saem todos os voos da Copa do Brasil. Partindo de São Paulo, calcule de US$ 850 a US$ 1100 para uma passagem ida-e-volta na econômica e US$ 2500 para executiva (o avião que faz tanto Brasil – Panamá quanto Panamá – Saint-Martin é o mesmo: o 737-800, todos equipados com classe executiva).
Mas a Copa perde no quesito conforto. Os aviões que fazem a rota Brasil – Panamá, em voos de sete horas de duração, são os Boeing 737-800, narrow-body (ou seja, um corredor só, os mesmos aviões da Gol); tem classe executiva com poltronas que não reclinam 180º (e a configuração é 2 – 2, ou seja, quem está na janela tem de pular o outro passageiro para acessar o corredor); e eles saem do Terminal 2. Já a American opera o Boeing 777 para Miami, wide-body (dois corredores), com as três classes (primeira, executiva e econômica), sendo que a executiva é flat-bed na configuração 1 – 2 – 1: todos os passageiros têm acesso ao corredor. E, saindo do Terminal 3, você pode ainda usar a ótima sala VIP da companhia: a Admiral’s Club. Os voos de Miami – Saint-Martin da American Airlines são operados pelo mesmo avião da Copa, o Boeing 737-800, com classes econômica e executiva (seguindo a mesma configuração 2 – 2 dos aviões da Copa). Por isso, para quem quiser bem mais conforto — pelo menos da experiência pré-voo em Guarulhos até Miami —, a melhor opção é a American, mesmo esperando mais tempo na conexão.
A Baía de la Potence, em Marigot, capital da parte francesa de Saint-Martin, vista do Fort Louis no fim de tarde. Imagem: Divulgação | Laurent Benoît
NO AEROPORTO
Viaje com malas de rodinhas. No aeroporto Princess Juliana não tem carrinhos para malas na área de retirada das bagagens. Perguntei para dois agentes do aeroporto e ambos me disseram que eu deveria procurar pelo funcionário com colete amarelo, o porter. E quem disse que eu encontrei? A mesma coisa na volta. Mas aí eu tive mais sorte. Eu achei UM carrinho abandonado assim que eu entrei no aeroporto carregando minha mala na mão.
Para ir do aeroporto ao hotel, você já pode ter um transfer agendado com o próprio hotel ou pegar um táxi — a maioria dos táxis em Saint-Martin são vans espaçosas. Mas lá não tem taxímetro, é preciso negociar o preço com o motorista antes de entrar no carro.
QUE MOEDA LEVAR?
Dólar. Por que você vai obrigatoriamente ter de fazer conexão nos Estados Unidos ou no Panamá (ambos os lugares não aceitam euros) e por que, apesar de em Saint-Martin você estar tecnicamente na Europa (lembre-se: metade de ilha é holandesa, metade é francesa), todos os lugares, mas todos mesmo, aceitam dólar. E como a conversão é sempre de US$ 1 = € 1 e o euro vale mais para nós, brasileiros, pagar tudo em dólar deixa as contas até 10% mais baratas. No aeroporto do Panamá, além de não aceitarem euros, eles não aceitam cartão de crédito para compras pequenas (se você quiser comprar uma água que custa US$ 3, ela vai te custar US$ 7 se você pagar com cartão de crédito). E se você tentar trocar euro por dólar na única casa de câmbio na área restrita do aeroporto (eu tentei por que queria comprar um acessório e a loja não estava aceitando cartão), vai desistir porque a taxa de câmbio é um roubo (queriam pagar US$ 42 por € 50; e eu ainda perguntei: “Ué, mas o euro não vale mais que o dólar?”…). Por isso, dólar e cartão e crédito na bolsa.
COMO SE LOCOMOVER PELA ILHA; NÃO BEBA E DIRIJA!
Placas em Marigot, em frente à Gare Maritime. No topo do morro (onde está a bandeira lááá no fundo da foto, à esquerda), o Fort Louis. Imagem: Shoichi Iwashita
Em Saint-Martin, coisas interessantes podem estar distantes umas das outras. Para ir do hotel Belmond La Samanna à Grand Case, rua que concentra quase todos os melhores restaurantes da ilha, onde eu jantaria todos os dias, de carro, você leva trinta minutos para ir mais trinta minutos para voltar; isso à noite, sem trânsito. O mesmo se você quiser de Marigot, a capital da parte francesa onde fica o Fort Louis, para a praia de Orient Beach. Aí, tem de alugar carro, não tem jeito (ficar com motorista à disposição nunca é agradável e táxi não é em todo lugar que você encontra e você ainda tem de lidar com as negociações a cada trajeto).
Mas fica O DILEMA: como aproveitar o clima de férias, e beber — todos os drinques e vinhos franceses à disposição, nas praias e nos restaurantes — e dirigir, uma vez que você tem a polícia francesa de um lado e a polícia holandesa do outro? E a questão é — atenção!: você pode ter sérios problemas se você for pego dirigindo mesmo com níveis baixos de álcool no sangue (vai ser levado para delegacia, pagar uma bela duma multa e ainda ter de dar explicações ao juiz do lado francês; isso se você não for preso). E, conhecendo o comportamento dos turistas em férias, não são raras as blitzes policiais em ambos os lados. Sem falar nos riscos de acidentes: as pistas em Saint-Martina são duplas e muito sinuosoas (que se tornam ainda mais perigosas considerando que todos os turistas estão com seus carros alugados e você pode estar cansado depois de um dia de praia e Sol). Por isso, o melhor mesmo é ter um carro alugado (as diárias são baratas em Saint-Martin, por volta de € 20 por dia, e não precisa de habilitação internacional) e ter o telefone do concierge do hotel e de um taxista sempre à disposição para os dias que você quiser aproveitar Saint-Martin curtindo um planteur, um T-Punch, um rosé ou um Bordeaux.
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Amei as dicas, estou planejando uma viagem para lá!
Simplesmente muito grato pelo relato (: