Shin Zushi, dos melhores japoneses, o mais tradicional
Amo a gritaria do Shin Zushi (o pessoal no balcão pede alguma coisa e todas as garçonetes — até as brasileiras — gritam haaaaaai ). Da família Mizumoto (já na segunda geração), com o Ken no balcão e a Miyuki–san, sua mãe, no gerenciamento do salão, o restaurante é um japonês tradicional (no atendimento, na decoração, na clientela majoritariamente japonesa) e sem firulas. Meu pai, que é japonês “importado”, não se sente bem em restaurantes como o Jun Sakamoto e o Kinoshita porque só tem brasileiro, os brasileiros só pedem salmão (no Japão, eles não comem o salmão em sushi e sashimi, só grelhado) e ele fica bravo quando ele fala nihongo com o garçom e o garçom não entende.
Se for a sua primeira vez na casa, experimente pedir o omakase (menu-degustação em japonês, que custa R$ 280), em que um itamae-san (uma hierarquia acima do sushiman ) cuida de você início ao fim da refeição. O omakase à la kappo sempre começa com sashimi, e logo em seguida começam a vir pratinhos mais elaborados com peixe cru. Depois, vêm os pratos quentes (incluindo chawanmushi, um tipo de pudim salgado de ovos, levíssimo, de sabor bem suave e que leva pedaços de camarão, frango, cogumelo e kamaboko; yakimono, que é um peixe assado – sempre incrível –; e tempura) e a refeição termina com uma sequência de sushi, temaki e sobremesa (só não espere ocidentais, cheios de açúcar). O bom de pedir o omakase é que eles te servem o que tem de melhor no dia. Sejam cogumelos recém-colhidos ou toro da melhor qualidade. É só pedir e relaxar.
Mas, combine com seu itamae mais ou menos quanto tempo você quer que a refeição dure ou vá sem pressa. Uma vez perdi uma sessão de cinema porque o nosso itamae ficou mais tempo conversando do que preparando os nossos pratos; ficamos quase três horas e meia sentados quando nossa refeição transcorreria muito bem em duas horas…
Se preferir pedir à la carte e comer ótimos sushi ou tempura ou ramen, o Shin Zushi também é o lugar. Tudo aqui é feito com os melhores ingredientes e do jeito certo; e o arroz do sushi, o shari, é impecável. Se você gosta de ovas de salmão, não deixe de pedir um temaki de ikura. Não está no cardápio, custa R$ 45, mas vai valer cada centavo. Para comer bem e gastar menos, venha no almoço: por R$ 42 (e eles não cobram serviço no almoço!), você pede um higawari bentoo, tipo um prato do dia (mas que vem sempre várias porções, incluindo a sobremesa), de opção única, que muda de segunda a sexta. É o melhor custo-benefício da cidade.
Só um detalhe: a não ser que você tenha pedido o omakase, eles não servem pratos quentes no balcão. E, se você se sentar ao balcão (sempre O MELHOR lugar, mas reserve antes porque é concorrido), é sempre bom levar uma blusa por causa do ar-condicionado que mantém a temperatura de onde eles preparam o sushi. O frescor demasiado, às vezes, prejudica o conforto.
Sushi de camarão (ebi), com uma folhinha de shisso entre o camarão e o shari. Imagem: Shoichi Iwashita Sorvete de matcha (o pó bem verde do chá verde) feito in-da-house. Nada doce e muito saboroso, como todos os doces japoneses. Eles ainda fazem sorvete de goma (gergelim), shooga (gengibre) e kinako (soja). Imagem: Shoichi Iwashita
[nggallery id=23]