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Torre Eiffel

Quanto mais você se aproxima, talvez assim como seria com a Margaret Thatcher, mais a primeira Dame de Fer (a “dama de ferro”) assombra. Numa cidade que conseguiu manter certa homogeneidade estilística ao longo de séculos de diferentes estilos arquitetônicos, a Torre Eiffel é brutal, monstruosa demais para ser bonita. O escritor Guy de Maupassant, que almoçava quase todos os dias no restaurante do primeiro andar da torre, quando perguntado por um jornalista “por quê?”, respondeu: “É o único lugar de Paris onde não a vejo”. Muitos foram os artistas que aderiram ao complô: Paul Verlaine, Émile Zola, Charles Garnier, Charles Gounod, Alexandre Dumas filho, que, em nome da beleza, não podiam aceitar que a cidade de Paris pudesse ceder “à imaginação mercantil de um construtor de máquinas” permitindo que ele profanasse a arquitetura da cidade com uma “torre vertiginosamente ridícula, dominando Paris, como uma chaminé de fábrica”. Hoje, a torre Eiffel (a pronúncia correta é “effél”, sem pronunciar o “i”) afasta viajantes sofisticados por conta da quantidade de turistas e longas filas. Mas, tem uma forma elegante e saborosa de visitá-la, que é comendo no Jules Verne, restaurante de Alain Ducasse no segundo andar da torre, que tem um elevador exclusivo.

La tour Eiffel, construída numa das maiores áreas verdes da cidade à beira do Sena,  foi um marco da tecnologia na época. É uma estrutura de 325 metros de altura (originalmente eram 276 metros, mas foram instaladas antenas, de onde são hoje transmitidos os sinais de mais de quarenta rádios e canais de TV digital parisienses), com 10 mil toneladas de ferro fundido, que foi a estrutura mais alta do mundo até a inauguração do Chrysler Building, em Nova York, em 1930. Foi projetada por um engenheiro — horreur, horreur! —, Monsieur Gustave Eiffel, que ganhou o concurso da Exposição Universal de Paris de 1899 para criar um monumento no amplo Champs de Mars (“Campo de Marte”), que seria um “portão” de entrada (!) para as 28 milhões de pessoas (!!) que visitaram a exposição que celebrou a pujança da indústria e o triunfo do ferro, a diversidade das culturas com pavilhões de países de todo o mundo (numa reprodução de aldeia senegalesa, nativas de seios nus chocavam parisienses de fraque), e os 100 anos da Revolução Francesa, com mais de 60 mil expositores (!!!).

QUERO VER A TORRE
Para ver a torre e surpreender aquele amigo que está pela primeira vez em Paris, o ideal é ir de metrô (assim ele não vê a torre se aproximando, como seria se você fosse de carro) e descer na estação Trocadéro. Saia da estação, suba as escadas do Palais de Chaillot e, voilà, não tem quem não se emocione. A esplanada do Palais no alto da colina de Chaillot e sua simetria em relação à torre faz com que o local seja a melhor opção para apreciar a obra de  M. Eiffel.

QUERO SUBIR NA TORRE
Caso você queira se aventurar e esteja disposto a subir (pegando de 30 minutos a duas horas de filas — uma fila para comprar, outra fila para subir — pelo modo tradicional ou comprando ingressos antecipados de empresas que vendem acesso sem filas), o melhor horário é no fim do dia, quando você pode acompanhar o anoitecer e o acender das luzes da torre e dessa cidade que se transforma à noite (mas sempre leve uma blusa porque a temperatura lá em cima é sempre mais baixa e, dependendo da época e do vento, pode realmente ficar frio). O primeiro andar, completamente reformado em 2014, agora conta com um chão de vidro que rende boas selfies, mas é no segundo piso que você terá a melhor vista, sem nenhuma grade entre você e Paris (no terceiro andar no topo da torre, a vista é comprometida com uma grade) e numa altura (115 metros do chão) que faz com que você possa apreciar o projeto urbanístico e reconher os principais edifícios e monumentos da cidade. É no segundo andar onde você deve passar a maior parte do seu tempo.

COMPRANDO INGRESSOS ANTECIPADAMENTE
Essa seria a única maneira de subir na torre pagando mais caro, mas sem enfrentar as enormes filas. Só tem um porém: você, ao comprar, precisa definir o dia e a hora da ida e corre o risco de o tempo não estar favorável… Você pode agendar sua visita pelo próprio site da Torre Eiffel (clicando aqui) ou comprar de empresas que vendem o acesso à torre sem tem de enfrentar as filas (veja mais clicando aqui ou lendo o quadro cinza acima).

AS LUZES
A iluminação de Madame  Eiffel é um show  à parte. Além da iluminação noturna que faz com que a torre de ferro pareça ser de ouro, no ano 2000, 20 mil lâmpadas de LED brancas foram instaladas nas quatro faces da torre, que brilham intermitentemente por cinco minutos a cada começo de hora, do momento que anoitece até à 1h da manhã. Nesta última “apresentação”, a luz dourada se apaga e ficam apenas as luzinhas. Antes de ouro, a torre agora brilha como um diamante.

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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