Courchevel: Quando ir e a melhor maneira de se chegar lá
Chegar a Courchevel exige um pouco de planejamento, mas seguindo nosso plano, você vai levar exatas 24 horas da porta da sua casa até à porta do quarto do hotel. É claro que estando na Europa, são centenas as possibilidades de se chegar à estação (em alguns dias da semana tem até Eurostar saindo de Londres St Pancras para Lyon), mas abaixo você encontra a melhor maneira de se chegar a Courchevel partindo do Brasil, tanto em consideração ao orçamento quanto à praticidade.
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QUAL A MELHOR ÉPOCA PARA IR E AS DATAS ULTRACARAS?
Apesar de a temporada oficial de esqui em Courchevel ir do começo de dezembro a fim de abril, 95% dos hotéis fecham antes (já no fim de março ou nos primeiros dias de abril). Mas saiba que existem algumas “altíssimas” temporadas na estação, que, de tão concorridas, se tornam bem mais caras:
1. as duas últimas semanas do ano, durante o Natal e Ano Novo; férias escolares na Europa;
2. a primeira semana de janeiro por conta do feriado na Rússia que culmina com o Natal ortodoxo, no dia 7 de janeiro; os russos respondem por 90% a 100% da ocupação dos hotéis-palácio nessa semana), e
3. o mês de fevereiro.
E é preciso observar que, nos últimos anos, tem faltado neve nas primeiras semanas de dezembro por conta do aquecimento global, o que não é necessariamente um problema para a empresa que administra Courchevel. Eles possuem 578 canons à neige (incríveis máquinas que fabricam neve artificial) e elas conseguem cobrir quase metade das pistas de esqui da estação (por conta disso, o ski pass também é mais barato até a metade de dezembro). Assim, por vários fatores, a melhor época para ir a Courchevel é março, apesar da minha desconfiança inicial: é menos frio, os dias são geralmente lindos com céu azul-azul, tem muita neve, e a estação está com preços mais terráqueos.
COMO CHEGAR A COURCHEVEL
PARA QUEM VIAJA LIGHT, COMBO AVIÃO + TREM TGV + CARRO
Esse roteiro é para quem viaja com apenas uma mala e consegue pegar trem sozinho e sem dificuldade de estar carregando muita bagagem.
O AVIÃO: A melhor — e mais sofisticada — opção de voo é pegar os primeiros horários dos voos diários que a Air France opera saindo à tarde tanto de São Paulo GRU (às 15h45) quanto do Rio de Janeiro GIG (às 16h05), pois ambos chegam em Paris CDG às 8h da manhã. Todos os Boeing 777 que operam as duas rotas já possuem as novas classes e se você estiver partindo de São Paulo neste horário — com exceção de sexta e domingo — pode experimentar ainda a La Première (foto acima), a elegantíssima e espaçosa primeira classe da companhia (os B777 que partem do Rio só têm executiva, mas todas as poltronas são flat-bed e possuem acesso ao corredor).
O TREM: E se você estiver viajando com apenas uma mala com rodinhas, pode pegar a navette — os ônibus da própria Air France, a € 18, que saem do Terminal 2E de meia em meia hora (dá para pegar, por exemplo, o ônibus das 10h da manhã) — com destino à Gare Montparnasse e descer na Gare de Lyon (uma das paradas, que leva aproximadamente uma hora). É da Gare de Lyon que sai o TGV, o Train à Grand Vitesse (trem de alta velocidade), das 12h45 (tem um às 10h28, mas é melhor dar espaço para atrasos e imprevistos), com destino a Chambéry-Challes-les-eaux, que é a estação TGV mais próxima de Courchevel. A viagem de trem dura três horas (são seis saídas diárias) e o preço do bilhete em primeira classe, ida e volta, custa por volta de € 200 (pelo menos a poltrona é mais larga e reclina um pouquinho). Para comprar sua passagem do TGV, clique aqui.
O TRANSFER: Aí, é preciso que você já tenha agendado um motorista {diretamente ou através do seu hotel; você confere uma lista de empresas de táxis e transfers, clicando aqui} que vai estar te esperando na estação de trem de Chambéry para te levar direto para Courchevel, num trajeto de 110 quilômetros, que vai levar aproximadamente 1h15 e custar € 250, para até quatro pessoas (daria para ir de helicóptero de Chambéry para Courchevel, mas aí você tem de pegar um carro da estação de trem para o aeroporto, subir no helicóptero para um trajeto de 12 minutos, pegar outro carro do aeroporto de Courchevel e ir para o hotel, muito trabalho; de carro, você sai da da estação de trem direto para o hotel). Ou seja, se tudo correr bem, por volta das 17h, você já estará no seu hotel e com tempo suficiente para fazer check-in, curtir o spa e ainda jantar bem gostoso antes de, cansado, dormir. (Para a volta, como o horário de check-out geralmente é às 11h, você pode agendar esse horário com o motorista e pegar o TGV das 13h, saindo de Chambéry com destino a Paris.)
Chegando de Paris num TGV, o trem francês de alta velocidade, a estação de trem Chambéry-Challes-les-eaux é a mais próxima de Courchevel, a 110 quilômetros da estação de esqui. Imagem: Shoichi Iwashita
O trem sempre fica pouquíssimos minutos na estação, por isso é preciso saber em que altura da plataforma estará o seu vagão para você entrar e já acomodar a sua mala. E para saber onde estará o vagão da sua poltrona, é preciso encontrar essa tela com o desenho do trem. Z, Y, X. W são as letras escritas no chão da plataforma. Assim, se o seu vagão for o 1 do trem das 13h44 (essas informações estão no bilhete), você deve procurar pela letra Z e lá esperar. O pontinho vermelho mostra onde está você — e o monitor que você está olhando — na plataforma. Imagem: Shoichi Iwashita
*Importante*: Pelo site da SNCF, você até consegue comprar um bilhete até Moûtiers, que seria a estação de trem mais óbvia por ser a mais próxima de Courchevel. Mas como Moûtiers não é atendida pelo TGV, você vai ter de descer em Chambéry, esperar 1h30 para pegar outro trem ou ônibus até Moûtiers (no site da SNCF, você já compra o bilhete combinado [trem TGV até Chambéry + ônibus para Moûtiers], ou [trem TGV + trem TER], mas essa última opção com duas trocas de trem), e da estação de trem de Moûtiers você ainda precisaria pegar outro ônibus para Courchevel. Esse sobe e desce deixa a viagem muito cansativa; não vale a pena.
Já se você pegar um dos voos que chegam em Paris por volta das 14h30, como os outros voos da Air France e o da Latam, você consegue fazer o percurso exatamente como descrito acima. As navettes para a Gare de Lyon saem do Aeroporto Charles de Gaulle tanto do Terminal 1, por onde a Latam chega, quanto pelo Terminal 2E, por onde chegam todos os voos Air France vindos de São Paulo e do Rio, de meia em meia hora durante o dia todo; são seis as saídas do TGV de Paris para Milão com parada em Chambéry, sendo que o último trem parte às 18h45 (que é o que você conseguiria pegar); e com o motorista é só agendar o horário da chegada na estação, mesmo que à noite. Mas aí calcule chegar ao hotel por volta das 23h30. Ou seja, isso quer dizer que você perderia a paisagem linda da estrada, tampouco iria encontrar qualquer restaurante aberto. Por isso, prefiro a primeira opção.
COM MUITAS MALAS, O MELHOR É O COMBO AVIÃO + AVIÃO + CARRO OU HELICÓPTERO
Para quem viaja com um volume de malas que impossibilita as viagens de trem, o melhor a se fazer é comprar um bilhete de avião fazendo Brasil — Paris CDG — Lyon LYS pela Air France ou Brasil — Zurique ZRH — Genebra GVA pela Swiss e, dessas cidades, pegar um carro ou helicóptero com destino a Courchevel.
Tanto a Air France quanto a Swiss têm ótimas opções de voos com conexões rápidas para essas cidades (entre 11h30 e 13h, você já terá chegado ao aeroporto final). De carro de Lyon, que está a 187 quilômetros de Courchevel, a viagem dura aproximadamente duas horas, e o custo do transfer entre o aeroporto Saint-Exupéry e Courchevel é de € 370. De Genebra, são 149 quilômetros, 2h15 e € 320.
Mas, se você quiser já chegar se apaixonando por uma das vistas mais deslumbrantes do mundo, o coração dos Alpes franceses, é só fazer o trajeto entre Lyon ou Genebra e Courchevel de helicóptero. Saindo do Aeroporto de Lyon, o percurso é feito em 40 minutos e o trecho custa € 2400 num helicóptero AS350 com capacidade para cinco passageiros. De Genebra, o voo dura 30 minutos, sai por € 2100, mas o aeroporto de Genebra, o Genève-Cointrin, tem uma série de restrições para helicópteros (o que eles acabam fazendo na maioria das vezes é levar os passageiros para um heliporto a 15 minutos de carro do aeroporto).
O voo é de cair o queixo. Você vai descer no Altiport de Courchevel, um miniaeroporto a 2008 metros de altitude, quase no topo da montanha. Saiba mais sobre ele, clicando aqui. Só que de helicóptero, tem restrição de bagagens: você só pode levar apenas duas malas, três bolsas de mão + os esquis (eles são equipados com um ski basket ). Assim, se você tiver muitas malas, organize com a empresa que vai te levar uma van para levar todas as suas malas até o hotel. Elas vão demorar um pouquinho, vai sair mais caro, mas vai valer cada centavo.
Chegando de helicóptero ao Altiport de Courchevel. Imagem: Shoichi Iwashita
O mais legal indo com a Air France, por exemplo, é que você pode fazer uma viagem para Courchevel, passar alguns dias em Lyon, um dos berços da gastronomia francesa, e ainda aproveitar uns dias em Paris, na mesma viagem.
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