Courchevel: Hôtel des 3 Vallées, hotel design bem no centrinho do vilarejo
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a decisão do governo francês de construir a estação de esqui de Courchevel {saiba mais sobre a pequena história de Courchevel, clicando aqui}, eles tiveram de construir um prédio para abrigar a equipe que trabalharia no projeto (imagina levar todo o material de construção para uma montanha, a 1850 metros de altitude, quando ainda não havia estradas). E é nessa construção histórica, de 1947, o primeiro edifício de Courchevel, que está o Hôtel des 3 Vallées, um hotel design de quatro estrelas, charmoso e aconchegante, e muitíssimo bem localizado (você vai estar a dez passos do Génepi, um dos meus restaurantes favoritos, de cozinha típica savoyarde; a 150 metros do Chabichou, restaurante dois macarons Michelin, e do Pomme de Pin, lugar perfeito para um almoço com vista linda para a cidade e as montanhas; a três minutos a pé da Croisette e das lojas de aluguel de esquis; a cinco minutos do centrinho de Courchevel, com o escritório de turismo, o ponto de táxi e todas as principais lojas do vilarejo). Você só vai precisar de navette para frequentar os spas e os restaurantes de Jardin Alpin (Les Airelles, Cheval Blac), se estiver com preguiça de andar um pouquinho (ou se estiver muito frio).
Com apenas 30 quartos, o Hôtel des 3 Vallées foi todo reformado em 2013, e a sua decoração mistura móveis assinados por designers do século 20 (principalmente da décadas de 1950, 1960 e 1970), com objetos históricos da prática de esqui (dá para imaginar o quão desconfortável devia ser usar esquis feitos de madeira e ferro…). Tem as luminárias AS da Arne Jacobsen, um delicioso sofá da De Sede, poltronas George Nelson, Hans Wegner, Jean Prouvé, Marco Zanuso e Pierre Guariche (coloridíssimas nos quartos; peça para alguém do staff fazer um tour com você). Na recepção, você também encontra a Épicerie, uma mercearia repleta de produtos da região: geleias, sucos, cervejas, génépi etc.) Todos os quartos, claros e de tamanho médio (de 22 a 28 metros quadrados), são equipados com máquinas Nespresso, têm terraço com vista para as pistas, têm banheira (a pia + ducha / banheira ficam separadas do vaso sanitário), os amenities são Dyptique (que eu adoro) e só tenho duas ressalvas: o carpete solta muito pelo, suja a meia e qualquer roupa que caia no chão (peça por quartos com piso de madeira); e falta uma iluminação baixa ao lado da cama para leitura (as luzes disponíveis, entre amarelas e brancas são muito fortes; aí, você fica no muito claro ou no breu total).
O hotel é ski-in-ski-out (mas a descidinha pra chegar à Croisette é meio complicada para quem está começando, melhor ir a pé até a Croisette), tem um spa pequeno com jacuzzi, saunas (mistas) e tratamentos, o café da manhã no mezanino é simples mas os pães são deliciosos (para quem se contenta com pão, manteiga, queijo e ovos e frutas e iogurte, está ótimo), e para as demais refeições eles oferecem apenas um menu reduzido de comidinhas (um menu composto de salada, um prato de queijos e uma tortinha de limão, por exemplo; por isso, se quiser jantar mesmo, terá de comer fora). Ou seja, é um hotel bem localizado para dormir e tomar café da manhã, sem um bar ou restaurante animados.
O Hôtel des 3 Vallées faz parte do grupo Les Hôtels d’En Haut (“os hotéis de cima”, em tradução livre) e eles contam com mais três endereços nas montanhas: dois em Val Thorens (outro vilarejo de esqui que faz parte dos Três Vales, do qual Courchevel também faz parte) e outro em Megève, sempre bem localizados e com essa filosofia de ocupar prédios antigos, reformar e oferecer uma experiência mais design, mais jovial.
O Hôtel des 3 Vallées visto da pista de esqui. Da entrada, na rue Park City, o edifício parece bem menor. Imagem: Divulgação A recepção. Imagem: Divulgação Na recepção, você encontra uma pequena mercearia com produtos da Savoia: sucos, geleias, queijos, cervejas. Imagem: Divulgação O lobby do Hôtel des 3 Vallées, com lareira e poltronas assinadas. A vermelha é Chaise Amsterdam, do designer Pierre Guariche; as de couro são de George Nelson. No mezanino está o salão onde é servido o café da manhã. Imagem: Divulgação O sofá na entrada do lobby que eu amo: Canapé DS600 da empresa suíça De Sede, original da década de 1970. Imagem: Shoichi Iwashita Mais um ângulo do lobby. Imagem: Divulgação No primeiro andar, fica o salão onde o café da manhã ao estilo buffet é servido, com cadeira de Pierre Paulin. Imagem: Divulgação Onde tem também uma mesa mais alta, coletiva. Imagem: Divulgação O meu prato no café da manhã. É simples, mas eu me contento muito com um bom pão, manteiga e queijos franceses e ovos mexidos. Imagem: Shoichi IwashitaO quarto mais simples, que tem entre 22 e 28 metros quadrados. Arrumadinho. Imagem: Divulgação A minha cama, bagunçadíssima como sempre, com as luminárias de que eu não gostei. As lâmpadas são muito fortes e você não consegue criar aquela atmosfera leitura-pré-sono no quarto. Imagem: Shoichi IwashitaTodos os quartos têm terraço para as pistas. A poltrona do Pierre Guariche, agora em azul, aparece de novo no quarto. Imagem: Shoichi IwashitaA pia e a ducha / banheira ficam separados do vaso sanitário, no corredor da entrada do quarto. Tem aquecedor de toalhas. Imagem: Shoichi Iwashita
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