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Evvai: Pupilo de Salvatore Loi, chef Luiz Filipe entrega a mesma elegância de uma gastronomia italiana autoral (e com preços mais convidativos)

O chef  Luiz Filipe Souza nem chegou aos 30 anos de idade, mas experiência (relevante)  na gastronomia italiana não lhe falta. Ele foi pupilo de Salvatore Loi por oito anos, passando pela cozinha do restaurante Fasano, e depois nas incursões individuais do chef  no Girarrosto (fechado), no Loi Ristorantino (hoje só “Ristorantino”) e no Salvatore Loi, na Rua Joaquim Antunes, espaço que Luiz Filipe assumiu quando Loi deixou a sociedade para abrir o Mondo, e que hoje é o Evvai: seu primeiro e já bem sucedido voo solo. Se a versão renovada do endereço manteve o nível da elegância, do serviço e da cozinha — que está cada vez mais consistente —, a grande — e bem-vinda — diferença entre o antes e o depois está nos preços mais convidativos (pense em um menu-degustação de sete etapas que custa R$ 195), o que faz com que o Evvai seja excelente opção para um jantar gastronômico por valores não-estratosféricos. Seguindo a escola de Loi da nuova cucina italiana, (tirando as sobremesas; leia mais abaixo), no Evvai você não vai encontrar os pratos clássicos — e óbvios — da gastronomia italiana (para essa, a gente sempre tem o aconchego da Osteria del Pettirosso, nos Jardins, lugar que amo para massas clássicas e impecavelmente executadas, ou o Gero); e, por não ser italiano, Luiz Filipe, se permite o uso de ingredientes brasileiros nas receitas, o que traz ainda mais frescor à sua cozinha. Pense num ravioli  recheado de queijo de cabra, com beterraba assada e açafrão; um alho-poró confitado com leite de avelãs e extrato de alho-poró grelhado; um risotto  negro com manteiga ácida, lagostim, lula grelhada, aspargos e ovas de truta; ou ainda um peito de pato, com mil folhas de abóbora, cardamomo e purê de avelã… Além das apresentações sempre lindas, equilíbrio, técnica apurada e delicadeza são os pontos comuns a todos os pratos. A única coisa que o Evvai perde no ritmo é quando chega a hora da sobremesa, boas, bem executadas, mas não surpreendentes (uma panna cotta, um tiramisù, uma torta de limão, um zeppole  e uma sobremesa de chocolate em diversas texturas — e tons de marrom, chegando ao preto — para dividir). Destoam também as garrafinhas de água de plástico deixadas sobre a mesa (hotéis e restaurantes de luxo que ainda usam plásticos de uso único se mostram pouco preocupadas com a sustentabilidade). No cardápio de bebidas, além dos vinhos e coquetéis clássicos e criações da casa, estão poucas mas boas opções de cervejas Wäls, além de cinco versões de Gin Tonics e mais cinco de Negronis. LEIA TAMBÉM: — Qual a diferença entre o Valpolicella e o amarone della Valpolicella (e por que o segundo é tão mais caro)? — Cannolo: O doce fálico e recheado inventado nos haréns que se tornou o símbolo doce da Sicília — Vinícola Guaspari: Visitando, em São Paulo!, um dos melhores vinhos do Brasil, reconhecidos internacionalmente
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O salão principal tem essa linda combinação de azul, caramelo e espelhos, com vista para a cozinha aberta. Imagem: Shoichi Iwashita
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Mesas sem toalhas, seguindo a tendência até mesmo em restaurantes gastronômicos. Imagem: Shoichi Iwashita
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A outra parte do salão recebe iluminação natural durante o almoço. Imagem: Shoichi Iwashita
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Alho-poró confitado (feite em baixa temperatura e com longo cozimento) com leite amêndoas e extrato de alho-poró do legume queimado na brasa. Delicadeza e excelente uso do ingrediente. Imagem: Shoichi Iwashita
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Fregula, essa massa que faz o prato parecer um risotto, com manteiga defumada, polvo grelhado e vieiras cruas. Uma delícia. Imagem: Shoichi Iwashita
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Depois de não ter me empolgado muito com a panna cotta e o tiramisù, fui de Assoluto di Cioccolato, com várias texturas, temperaturas e intensidades de chocolate, para dividir. Imagem: Shoichi Iwashita
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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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