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La Pagode

Fechou em novembro de 2015, por causa de uma briga judicial entre a rede de cinemas Étoile e a dona do edifício, mas a gente ainda tem esperanças de que o Pagode reabra como cinema… Atualmente a fachada e o prédio são cobertos por vegetação, mas onde hoje é o La Pagode já foi o salão de festas do casal M. e Mme. Morin, um dos donos da loja de departamentos Bon Marché – o primeiro grand magasin  de Paris. A construção em si, que data de 1895 (coincidentemente o mesmo ano em que aconteceu a primeira exibição pública de um filme na cidade – e no mundo) e imita um pagode à la orientale  de maneira rica e ornamentada, foi encomendada por M. Morin para presentear sua esposa.  (E não, Morin não comprou o pagode inteiro no Oriente, trouxe todas as peças de navio e as montou, uma a uma, na rue de Babylone ). E tornou-se um cinema quando da separação do casal, no começo dos anos 1930.

Um dos espaços de cinema mais inesperados do mundo, o La Pagode foi conservado exatamente como era (hoje é considerado pelo governo francês como monumento histórico), com os trabalhos em madeira esculpida, as lacas, as tapeçarias, os afrescos, os metais e, principalmente, a sala de exibição principal, a salle japonaise , que mais lembra um vaso chinês com ormolu. Além da sala japonesa, o cinema conta com mais uma sala de exibição, no subsolo, que foi construída nos anos 1970.

Desde a década de 1950, o cinema é considerado um templo da cinefilia. Foi aqui que Jean Cocteau estreou seu Testament d’Orphée, em 1959. Na década de 1960, a Pagode foi uma das principais difusoras da nouvelle vague, com os filmes de François Truffaut, Éric Rohmer, Jacques Rozier na programação.   

A cada semana, dois filmes são escolhidos para exibição. Sempre filmes de arte e de diretores alternativos célebres ou ainda desconhecidos.

Aproveite para tomar um chá no jardim japonês antes do começo do filme e brincar com Mais, a gata preta que o staff  adotou há alguns anos e que vive no jardim. E não chegue atrasado: começou o filme, ninguém mais entra (má experiência própria).

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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