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Le Meurice: Localização e gastronomia imbatíveis, mas com uma distância estilística entre o térreo e os quartos

Passando pela porta giratória debaixo da arcada, você encontrar o balcão da recepção à esquerda — com os toques do designer francês Philippe Starck. Imagem: Divulgação

Existe uma distância estilística não muito esperada entre o térreo do Meurice — com seus maravilhosos restaurantes e bar, alguns dos mais belos e elegantes da capital parisiense — e os andares acima, onde estão os quartos.  A sensação é a de que você está em dois hotéis diferentes, apesar de ter sido reaberto no ano 2000 depois de dois anos fechado para reforma. Se os salões deste hotel mítico, inaugurado em 1835 (ou seja, há quase duzentos anos), foram repaginados de forma muito bem sucedida por Philippe Starck, entregando exatamente o tipo de ambiente e experiência que a gente espera de um hôtel palace, é como se, de alguma forma, o restante do hotel, todo em estilo Louis XVI, apesar de extremamente elegantes, não dialogasse com o restante do hotel (apesar de eu amar demais os banheiros inteiros em mármore — veja as fotos abaixo —, como no Four Seasons de Milão, que, na minha opinião, são atemporais…)

O problema também está em pagar € 1100 por noite, que é praticamenteo mesmo valor da diária dos seus ótimos vizinhos — o recém-reinaugurado Ritz ou o jovem palace Mandarin Oriental — que possuem ótimas academia (a do Meurice é bem pequena e só tem pesos livres de até 10 kg), piscina (tudo bem que tanto a do Ritz quanto a do MO são indoor), jardim e quartos renovados e adaptados às necessidades dos gadgets dos viajantes contemporâneos; características essa que faltam ao Meurice  Sem falar que você ainda pode pegar um quarto com vista para o pátio interno. Para  garantir a vista ampla e incrível para o Jardin des Tuileries, a place de la Concorde, o Louvre, o teto do d’Orsay e a Tour Eiffel, só reservando suítes cujas diárias começam em € 4000 por noite.

LE MEURICE: MELHOR LOCALIZAÇÃO EM PARIS NÃO HÁ

A localização, no entanto, é imbatível (quem me acompanha por aqui sabe que, na minha opinião, o 1er arrondissement  é sempre o melhor bairro para se hospedar, já que, além da oferta incrível de lojas, programas culturais e jardins, você está a três estações de metrô do Marais — sem fazer baldeação! — e quatro de Saint-Germain-des-Près; as regiões do coração). E tem também dois endereços favoritos a alguns passos (com uma arcada que faz com que você consiga ir e vir mesmo em dias de chuva): o Angelina, bem ao lado mesmo, o salon de thé com um dos melhores chocolates quentes de Paris e que serve um doce-assinatura, o Mont-Blanc, um doce de castanha que eu amo, e a livraria Galignani. {para conferir o nosso Guia definitivo dos melhores doces de Paris, clique aqui}

Mesmo não se hospedando no hotel, frequente — sem parcimônia — seus ambientes, principalmente o restaurante principal comandado por Alain Ducasse (onde os incríveis café da manhã e brunch são servidos; não perca já que é fabuloso começar o dia aqui; amo o chão todo de mosaico, os mármores, os lustres de cristais, as grandes janelas para a rua e as intervenções starckianas) e o Bar 228, dois dos ambientes mais lindos elegantes da cidade. Tampouco deixe de visitar a brasserie Dalí (uma homenagem ao pintor catalão que passava um mês por ano no Meurice e fazia ao staff pedidos tão surrealistas quanto suas obras), com menu também assinado por Ducasse, para provar as várias opções de club sandwich (de frango, de salmão defumado, vegetariano, mas eu sempre vou no de lagosta; em francês, homard bleu ) ou as deliciosíssimas pâtisseries do chef Cédric Grolet.

E que a Dorchester Collection convide logo o Philippe Starck para repaginar todos os 160 quartos do hotel, repetindo a mesma fórmula de sucesso conquistada nos salões.
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O edifício na rue de Rivoli que abriga o hotel Meurice desde 1835 visto do Jardin des Tuileries. Imagem: Divulgação

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O Bar 228, o belíssimo bar que nem a foto de um profissional consegue comunicar a atmosfera aconchegante. Eu moraria aqui. Imagem: Divulgação

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O restaurante-brasserie Le Dalí, que ocupa o coração do hotel, aberto o dia todo para comidinhas, bebidas e pâtisseries deliciosos. No teto, uma enorme lona pintada por Ara Starck, filha do designer Philippe Starck. Imagem: Divulgação

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No Dalí, você pode se sentar em sofás com mesas baixas ou mesas com cadeiras e sofás mais altos. O chão de mosaico tem o mesmo padrão do restaurante. Imagem: Divulgação

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A entrada do restaurante Le Meurice Alain Ducasse, dois macarons Michelin, já logo depois da porta giratória que serve de entrada para o hotel. Imagem: Shoichi Iwashita

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O belíssimo e centenário salão com afrescos no teto, enormes lustres de cristal, muito mármore, espelhos e móveis contemporâneos, com as cadeiras Tullip do Saarinen e uma escultura de cristal de Aristide Najean. Imagem: Divulgação

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Mais um pouco do teto. Imagem: Shoichi Iwashita

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Café da manhã impecável nos pães, nos ovos mexidos, na apresentação neste que é um dos mais belos e bem localizados salões de Paris. Lugar perfeito para começar o dia, sendo hóspede ou não. Imagem: Shoichi Iwashita

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Mesa bem montada com ovos mexidos com cogumelos e tomate assado, pães, manteiga, geleias, cereal, frutas frescas e jornais para começar o dia. Imagem: Shoichi Iwashita

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E vamos tomar o elevador para chegar ao quarto. Imagem: Shoichi Iwashita

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O quarto espaçoso com decoração clássica. Imagem: Shoichi Iwashita

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A sala da suíte 301. Imagem: Shoichi Iwashita

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A cama, deliciosa (não tenho o que falar do colchão, dos travesseiros e dos lençóis), e com iluminação perfeita para a leitura, depois do turndown service, pronta para dormir. Imagem: Shoichi Iwashita

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Os banheiros têm cara de antigos, mas eu amo essa profusão de mármores partout. Adoro as luminárias ao lado dos espelhos também. Tanto a ducha quanto o vaso sanitário ficam em compartimentos fechados. Imagem: Shoichi Iwashita

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Pias separadas, mesinha de apoio no centro e amenities Penhaligon’s. Imagem: Shoichi Iwashita

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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