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Museu da República: Onde Getúlio se matou, é um dos únicos palácios preservados do Rio

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A  simplicidade do banheiro e quarto presidenciais em contraponto com a belíssima e bem preservada opulência da decoração — toda importada, da escada aos mármores — do Palácio do Catete chama a atenção. Foi no quarto singelo do terceiro andar que o presidente Getúlio Vargas — o décimo terceiro presidente a ocupar o palácio neoclássico famoso por suas sete águias de bronze no topo do prédio que foi sede do Governo Federal de 1897 a 1960 — se matou com um tiro no coração, vestido com o pijama listrado bordado com suas iniciais, hoje em exposição ainda com a mancha de sangue, e com direito à arma e a bala que ele usou para sair “da vida para entrar na História”.

Além do suicídio de Getúlio em 1954, muitos outros fatos importantes aconteceram neste palácio-urbano-com-a-porta-para-a-rua que hoje dá de frente para a estação de metrô do Catete: a morte do presidente Afonso Pena em 1909, a assinatura da declaração de guerra contra a Alemanha em 1917, a declaração de guerra contra o Eixo em 1942. Sem falar em todas as reuniões, festas e recepções que ocorreram em salões como o Salão Amarelo ou o Mourisco. Ao longo de 63 anos, dezesseis presidentes da República ocuparam seus salões.

Mas, muito infelizmente, o Palácio do Catete (Museu da República, inaugurado por Juscelino Kubitschek, desde a transferência da capital federal para Brasília em 1960), é o único edifício histórico da cidade do Rio de Janeiro que se preservou e se manteve fiel à sua história. Outros edifícios importantes como o Paço Imperial (residência dos governadores da Capitania do Rio de Janeiro no século 18), o Museu Nacional/Quinta da Boa Vista (residência dos imperadores do Brasil e de Portugal Dom João VI, Dom Pedro I e II) e o Museu do Primeiro Reinado/Solar da Marquesa de Santos ou sofrem com a descaracterização completa de seu passado ou de problemas de conservação por falta de recursos. Por isso, a visita a esse museu que conta a história da República brasileira é obrigatória.

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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