O que você está buscando?

Pan Am Club, vista 360º do skyline no topo do hotel mais icônico de SP

Parece que São Paulo encontrou uma de suas vocações para a noite: já que não temos praias, paisagens naturais e a nossa arquitetura não é lá essas coisas, exploremos a vista urbana — à noite, os gatos são pardos — e o mar de prédios e luzes, a exemplo do Bar do Edifício Itália, do Skye, de passeios de helicóptero, e do projeto Heineken Up On The Roof, as experiências que fornecem as melhores vistas da monstruosa e gigantesca capital paulistana. E da mesma forma que a gente se encanta e se impressiona com a vista da cidade quando o avião se aproxima de Congonhas, surge o Pan Am, um clube sem programação fixa que leva o nome da empresa norte-americana que foi a maior e uma das mais incríveis companhias aéreas do mundo (a gente amava), que fica no topo do Maksoud Plaza, um hotel que é uma instituição da hotelaria paulistana (a gente segue amando) e que é uma criação do cordobés-criativo-mais-paulistano-que-muitos-de-nós Facundo Guerra (cujas casas — Riviera, Cine Joia, Z Carniceria — a gente ama). O Pan Am já é um dos empreendimentos mais incríveis da cidade pois nos oferece exatamente isso: ambiente, drinques, clima de avião e uma vista matadora — a única 360º — da cidade.

CHEGANDO AO CLUBE
A entrada para o clube se dá na descidinha da Alameda Campinas, com serviço próprio de manobristas (a R$ 30) no primeiro subsolo (não é possível acessar o Pan Am pelo lobby do hotel no térreo). Dos quatro elevadores panorâmicos que dão para o amplo pátio interno do hotel, um funciona exclusivamente para o clube, de forma que a privacidade e a segurança dos hóspedes sejam preservadas (sempre tem aquele que exagera na bebida e pode incomodar algum hóspede). Durante a subida no elevador, aproveite para observar as maiores obras de arte expostas no átrio: dois enormes painéis da artista plástica Maria Bonomi (Arrozal de Bengüet, em que ela reproduz no concreto os sulcos da matriz em madeira), nas laterais dos segundo e terceiro andares; e a escultura de aço inoxidável de Yutaka Toyota, com mais de trinta metros de comprimento, pendurada no teto.

O CLUBE
O Pan Am tem uma capacidade máxima para 250 pessoas, o elevador não é muito grande e possui o maquinário original de quando o hotel foi fundado, em 1979 (ou seja, não é dos mais rápidos). E uma vez que apenas um deles fica em operação, chegue cedo na festa, de preferência na hora em que a festa começa, porque a fila que se forma na porta não é longa, mas é bem demorada. Chegando no último andar, você caminhará por um longo corredor de luz azul, cheio de portas e com caixas que reproduzem sons que nos remetem a aviões e viagens. Ao final do corredor e passando pelo luminoso da Pan Am, você ainda terá de subir dois lances de escada para chegar lá. Aí, é só relaxar, pedir um drinque em um dos dois bares (os barmen vestidos de pilotos é um dos charmes da casa), dançar e apreciar a vista: da pista com os vidros que mostram a cidade e refletem ao mesmo tempo os neons coloridos, e do fumódromo — um andar acima — que fica num cercadinho não muito grande no próprio heliponto do hotel. A proximidade com as antenas da Paulista deixam a vista ainda mais bonita.
[nggallery id=96]

A FESTA 747
A Pan Am foi a primeira companhia aérea do mundo a operar o Jumbo, o Boeing 747. E esse é nome da festa, com um público majoritariamente gay masculino, de Bob Yang, Cacá Ribeiro e Beto Cintra, que acontece no clube uma vez por mês, às quintas-feiras. A entrada custa R$ 75 na lista e, na porta, R$ 100. Para saber quando vai acontecer a próxima edição do evento, visite a fan page da 747 no Facebook, clicando aqui.

APROVEITE PARA HOSPEDAR-SE NO MAKSOUD
Ir a uma festa no Pan Am e se hospedar no hotel que é uma instituição paulistana (e que a gente ama porque é como voltar nos anos 1980, com todas as suas características arquitetônicas e decorativas originais felizmente preservadas: os metais dourados, o concreto, as cadeiras vintage de couro caramelo, carpetes, elevadores panorâmicos internos) é uma possibilidade já que o Maksoud Plaza oferece uma diária de R$ 330 para os frequentadores do Pan Am (a tarifa original é de R$ 550). O valor, para duas pessoas, inclui o excelente café da manhã do hotel (se você quiser ver o nascer do Sol lá do Pan Am, basta descer e já tomar café, serviço que se inicia às 6h) e acesso à internet. Os quartos são espaçosos, confortáveis-mas-não-luxuosos, e 100% eficazes na filtragem da luz e do barulho da cidade (a uma quadra da Avenida Paulista, são demandas absolutamente necessárias principalmente pra quem quiser dormir depois de uma noitada). Os únicos pontos fracos do hotel é que o Maksoud não tem uma academia de verdade (só algumas esteiras, bicicletas e pouquíssimos aparelhos) ao lado da única piscina, pequena, coberta e aquecida; e a comida é bastante cara e nada boa (com serviço de 10%, você vai pagar R$ 44 por um club sandwich cheio de pão mas com quase nada de peito de peru, uma sujeirinha de alface e bacon, mas acompanhado por batatas fritas). Por isso, aproveite do hotel a ótima localização — e o café da manhã incluso na diária — e aproveite da localização todos os bons cafés e restaurantes. Fora do hotel.
[nggallery id=97]

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

John Miller disse:

higor certamente amou o lugar

O Higor amou o Pan Am, John! :- D Um abraço e obrigado pelo comentário!

mauro disse:

Local com pouquíssimos aparelhos de ar condicionado e em péssimo estado, ou seja, sem infraestrutura para grandes eventos, pois falta ar dentro na pista de dança. Provavelmente sem rota de fuga para incendios. Provável compra de licença junto ao CONTRU.

Mauro, li o comentário acima, do João, reclamando do calor na pista. Triste notícia essa. Conforto térmico é o mínimo que a gente espera de um lugar quando sai de casa com o objetivo de se divertir. Abraço e obrigado pelo registro da reclamação, Shoichi

joao disse:

Quando o lugar encheu, o calor se tornou insuportável. Lugar poderia ser melhor se tivesse aparelhos de ar condicionado,
condizente com a área do club. Aparentemente, a gerente Dulce, não se
importou com minha reclamação.

João, putcha, será que eles não respeitaram a lotação do local e o ar condicionado não deu conta? Pois lá tem ar condicionado! De qualquer forma, obrigado por registar a reclamação por aqui. Um abraço, Shoichi

joao disse:

Prezado Shoici
Há aparelhos de ar condicionado, mas não em numero condizente com a área do clube. Contei 6 aparelhos, numa área de aproximadamente 300 metros quadrados, onde o número necessário para manter uma temperatura razoável, deveria ser de pelo menos o dobro.
Quanto a lotação, informo que estava bem cheio. Não posso afirmar se estava acima do permitido.
Espero que os responsáveis pelo clube tomem as devidas providências.

Deixe um comentário
Seu endereço de email não será publicado junto com o comentário.