Restaurante Dêze: No vilarejo de Caraíva está a experiência gastronômica mais sofisticada de toda a região sul da Bahia
O salão agradável do restaurante Dêze fica acessível por um corredor ao lado da casa verde que é a mais fotografada do vilarejo. Imagem: Shoichi Iwashita
Arraial, Trancoso, Espelho… Há tempos, a costa sul da Bahia é ocupada com hotéis e restaurantes que agradam os viajantes mais exigentes, não só do Brasil. Mas é no vilarejo de Caraíva – depois de pegar avião, balsa, estrada de asfalto e de terra, canoa e caminhar – onde está hoje o restaurante que oferece a experiência gastronômica mais sofisticada de toda a região. Nem em Trancoso, há restaurante no mesmo nível. Na primeira vez que fui, a pergunta que fiz depois de ver a belíssima cozinha que fica aberta para o salão foi: “como é que vocês conseguiram trazer tudo isso até aqui?”. {Conheça o nosso guia completo de Caraíva, clicando aqui.}
Felizmente, a cozinha planejada e os equipamentos tecnológicos resultam em pratos bem executados e que extraem o melhor de cada ingrediente. Inaugurado em dezembro de 2021, o restaurante Dêze é uma iniciativa do casal de mineiros formado pelo chef Yuri Escobar e a nutricionista Joanna Côrtes, e tem como endereço “atrás da casinha mais famosa da vila”. Isso porque está acessível por uma porta discreta ao lado da casa mais fotografada da Bahia, a casinha verde em cuja fachada está escrito “Sorria, você está em Caraíva”. E divide o salão com a sorveteria Mango, que funciona durante o dia, de terça a domingo.
O restaurante abre apenas para jantar, de segunda a sábado, das 19h às 23h, quando são servidos dois menus-degustação: um de quatro (R$ 235) e outro de sete tempos (R$ 285), sendo que um dos tempos é sempre formado por uma fatia de pão de fermentação natural servido com uma manteiga temperada, que pode ser com cupuaçu ou com cacau (ambas deliciosas). Pode parecer estranho à primeira vista, mas é tão impossível encontrar um pão bom por aqui que eu passei a entender porque um mero pão merece ser protagonista no menu e ter uma etapa só para si. No caso do menu vegano – basta pedir –, eles podem temperar o pão com azeite e servir uma pasta de berinjela defumada.
A primeira etapa do menu-degustação — ainda antes do pão com manteiga — é sempre esse tableau de tapitas para comer com a mão, que vem com uma lavanda com rodelas de limão e óleo essencial de laranja. E é um mundo de informações e combinações nada óbvias, mas deliciosas e bem executdas. Na foto de um jantar em agosto de 2022, tem um pão-de-ló com coalhada seca e tartare de morango finalizado com pó de açaí; uma croqueta de cebola com emulsão de sriracha (essa pasta de pimenta tailandesa) e laranja Bahia; uma inacreditável telha de sagu de tapioca com redução de Netuno (uma bebida alcoólica à base de gengibre que é sinônimo de Caraíva), com um bombom de cogumelos e castanhas e picles de shimeji defumado; e ainda uma esponja de wasabi e castanhas, picles de rabanete e uma emulsão de tare. Imagem: Shoichi Iwashita
Não é nada fácil encontrar um pão bom aqui no sul da Bahia. Por isso, é tão reconfortante a etapa que é formada pelo pão de fermentação natural feito na casa — aqui, com abóbora — servido com uma pasta de berinjela defumada (porque pedi o menu vegano). Para os não-veganos, o pão pode ser servido com manteiga temperada com cupuaçu ou cacau, ambas deliciosas.
Das coisas mais delicadas e saborosas que comi nos últimos tempos: o gyooza tostadinho de lado comme il faut recheado com alho-poró e molho de laranja confitada. Só senti falta de um hashi para comer, um chawan de gohan (arroz japonês) e um prato com, no mínimo, oito desses. Imagem: Shoichi Iwashita
As massas são delicadíssimas (e senti falta no meu segundo jantar quando não havia nenhuma etapa de massa no menu-degustação). Aqui, um ravioloni de batata doce com ragu de cogumelos e pesto de manjericão. Imagem: Shoichi Iwashita
O prato principal — e das coisas mais perfeitas que já comi em termos de pratos veganos –: cuscuz marroquino com um ragu extremamente saboros de cogumelos, gyooza de repolho roxo, cebola, abobrinha e espuma agridoce. Imagem: Shoichi Iwashita
Pera no melaço com espuma de laranja Bahia e praliné de castanhas. Impecável. Imagem: Shoichi Iwashita
Os pratos não vêm descritos no cardápio. A única etapa com informações e que você vai precisar escolher é o prato principal, sempre com quatro opções: uma vegana, geralmente com legumes vindos da fazenda orgânica Quebra-Pote, um peixe, um fruto do mar e um prato com carne de mamíferos. Caso você não esteja com fome de menu-degustação, dá também para pedir os pratos à la carte, entre entradas e principais.
Delicadeza é a palavra que me vem à mente quando penso na cozinha do Dêze. No meu primeiro jantar, assim que tinha aberto, o gyooza de alho-poró com molho de laranja confitada foi das coisas mais deliciosas e delicadas que comi nos últimos tempos (e confesso que senti falta dele quando fui jantar novamente lá; eles mudam o menu todos os meses). Ou ainda o ravioli de abobrinha recheado com alho-poró e creme de castanha, legumes salteados, molho pesto e espuma de salsa… Ah, teve ainda uma pêra no melaço com espuma de laranja Bahia e praliné de castanhas.
Na carta de vinhos, uma seleção enxuta só de vinhos brasileiros, vindos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco.
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RESERVAS:
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Jantar, de segunda a sábado, das 19h às 23h.
Fecha aos domingos.
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