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Sadaharu Aoki

Em qualquer esporte, jogar em país estrangeiro nunca é fácil. Ainda mais quando o país em que se vai jogar tem o melhor time do mundo. No mundo da pâtisserie  foi esse o desafio que o tokyoïte  Sadaharu Aoki encontrou ao desembarcar em Paris, há quase vinte anos, para aprender e se aventurar numa seara em que os franceses são os mestres-fundadores-criadores-artistas. E os melhores.

Mas Aoki-san  conquistou a exigente torcida estrangeira (parisienses sofisticados, mimados e, por isso, exigentes) apesar do “oceano” de diferença entre a cultura confeiteira – e do paladar para doces – de japoneses e ocidentais. A primeira loja aberta em 2001 no 6éme  foi tão bem-sucedida, que uma segunda foi aberta em 2003 (além de um ponto de venda nas Galeries Lafayette, em 2004). E é só depois de sua consolidação parisiense que o chef pâtissier  decide levar suas criações para sua terra natal. Já são três lojas e pontos-de-venda em Tóquio. Próxima parada: Nova York.

Você pode comer um ótimo choux à la crème  (a clássica bombinha de creme) e uma incrível tarte au caramel salé  (um dos sabores quintessenciais da pâtisserie  francesa). Mas é nas combinações [technique française + saveurs japonais ] que estão as melhores experiências da arte de Sadaharu Aoki (só a tarte au caramel salé  é imperdível de qualquer maneira). Experimente o Duomo Matcha et Azuki (doce de chá verde matcha  – o chá usado nas cerimônias do chá – e feijão azuki ); sorvete de gergelim preto (em japonês “kurogoma ”; uma das tradições da região de Kyoto e Osaka, que quase não se encontra nem em Tóquio, e é delicioso – ainda mais para fãs de gergelim como eu -; tem também o Éclair au Sésame Noir: a bomba de gergelim preto); Macaron au parfum de Yuzu Praliné (yuzu  é um tipo de limão japonês parecido com o grapefruit  no sabor); Saya (um doce inspirado na sua filhinha, com morango e chocolate branco, e creme brûlée  de pistache e biscoitinhos de manteiga); Opéra au Thé Vert (o clássico doce opéra  na versão chá verde)… Só para falar dos clássicos.

Um show  imperdível de sensações e sabores. Mas, os salons de thé  das duas lojas foram fechados no ano passado. Tem que comprar à emporter  e comer no hotel ou em casa.

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Paris, outubro de 2009. 

Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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