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Salvador, Cidade da Fé: Os passeios e as festas essenciais da Roma Negra, a primeira e mais longeva capital do Brasil, do Candomblé ao Catolicismo, com as igrejas mais luxuosas do país

Salvador tem mais de 370 igrejas. E se os terreiros de candomblé mais importantes — e centenários — estão espalhados pela cidade, as igrejas católicas mais importantes, com exceção da Nosso Senhor do Bonfim, estão no Centro Histórico da cidade. Na foto, o Pelourinho com a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos à direita. Imagem: Shoichi Iwashita

Terra de grandes riquezas — históricas, arquitetônicas, musicais, gastronômicas, literárias, praianas, humanas —, o Brasil, como país, nasceu na Bahia.

No Porto Seguro, região que a gente ama por causa de ArraialTrancoso, Praia do Espelho, Caraíva, Corumbau, desembarcou Pedro Álvares Cabral em 1500 antes de prosseguir em sua viagem para a Índia. Na cidade do Salvador, tema desta matéria, foi fundada em 1549 a primeira capital do país; uma das primeiras cidades planejadas do mundo, no auge do Renascimento europeu.

Não acaba aí: a costa baiana — que ainda conta com Boipeba, Itacaré, Ilhéus, Morro de São Paulo; olha quantas joias — não é só a mais incrível do país como é também um dos destinos mais autênticos do mundo. E quanto mais eu viajo pelos paraísos deste planeta, mais eu tenho certeza.

A ligação desse povo com a fé é uma das coisas que mais me tocam quando estou na Bahia, e é de longa data. Começou já com Américo Vespúcio — o nobre florentino que deu nome ao continente americano (porque, né, Cristóvão Colombo morreu achando que tinha chegado à Índia…) —, quando ele desembarca em 1 de novembro de 1501, no Dia de Todos-os-Santos, na maior baía da costa do que viria a ser o Brasil, chamada pelos Tupinambá nativos de kirimurê, “grande mar interior”… quando ele chegou a essa baía que daria nome à capitania, à província e ao atual estado federado.

E foi à beira da baía nomeada de Todos-os-Santos que seria fundada, em grego, Soterópolis, a “cidade do Salvador” Jesus. Porque foi só nos anos 1540 que o rei português Dom João III decidiu colonizar sua parte da América — definida virtualmente pelo Tratado de Tordesilhas — com medo de os franceses fazerem isso por eles (imagina que os franceses iam aceitar o tratado que os excluiu dessa divisão arbitrária do mundo, mesmo com a bênção do papa…).

Até então, o Brasil estava totalmente em segundo plano: Portugal, ao não encontrar na América os mesmos tesouros que seus hermanos españoles, estava mais interessado em investir e conquistar a Índia, com suas já conhecidas riquezas. Mas logo seria derrotada pela coroa britânica, que dominaria o país pelos próximos séculos.

Salvador — que já nasceu como cidade, como capital (a primeira da América portuguesa), sem ter um passado, sem nunca ter sido província, mas como um projeto futuro de nação — seria a sede do poder do Brasil-colônia por mais de duzentos anos. Até 1763, quando o Rio de Janeiro assumiu o posto de capital, e se transformaria no mais emblemático símbolo do encontro da Europa com a África — isso na terra dos indígenas da etnia Tupinambá, em Salvador, e dos Tupiniquim, em Porto Seguro (ambas dizimadas pelos portugueses) —, e símbolo de uma combinação nada provável entre o catolicismo romano e o candomblé dos negros bantos, iorubanos e nagôs, que, sequestrados, violentados e transformados em mercadorias, cruzaram o Oceano Atlântico nas mais desumanas das condições, vindos principalmente da Nigéria, do Benim, do Togo e de Gana.

Em um terreno acidentado e alto (o que ajudaria na defesa da cidade), Salvador foi construída seguindo o modelo urbanístico português do século 16: com uma Cidade Alta — institucional e política — e uma Cidade Baixa — comercial e portuária. As ladeiras que se veem na foto conectavam as duas “cidades” até a construção do primeiro elevador do Brasil, o Elevador Lacerda (na foto, à esquerda), em 1873.  Imagem: Shoichi Iwashita
Primeira torre de sinalização do continente americano, o farol da Barra foi construído em 1698, ajudava na defesa e no controle dos muitos navios que chegavam e partiam, e marca a divisão entre as águas da baía de Todos-os-Santos e o Oceano Atlântico. Imagem: Shoichi Iwashita

A RESISTÊNCIA PRETA PELA FÉ E A FEIRA LIVRE QUE É O MICROCOSMO CULTURAL DA BAHIA

Por isso, conhecer a fé desse caldeirão rico de referências e simbologias, estrangeiras ainda para muitos de nós, é viver a história e a alma de Salvador. Em uma cidade onde mais de 80% de sua população é assumidamente preta, herança dos quase 400 anos de escravidão (e 5.000.000 de almas trazidas para enriquecer os europeus), é essencial visitar os terreiros de candomblé centenários que não só são símbolos seculares de resistência, mas também patrimônios históricos e culturais do Brasil. Três são os endereços emblemáticos: o Ilê Axé Iá Nassô Ocá, o Casa Branca do Engenho Velho, fundado em 1830; o Ilé Iyá Omi Àse Iyamasé, mais conhecido como Gantois, fundado em 1849; e o Ilê Axé Opô Afonjá, o Afonjá, fundado em 1910.

E foi o candomblé que me levou à feira de São Joaquim. É na maior feira livre e permanente de Salvador onde as baianas compram os ingredientes para seus acarajés, esse bolinho de feijão fradinho e cebola, frito no azeite de dendê e recheado de vatapá e caruru (comido com pimenta, claro); onde o Povo do Santo, como são conhecidos os devotos do candomblé, compra seus objetos religiosos, de roupas a cerâmicas, passando por uma infinidade de ervas e animais vivos para seus trabalhos; onde os nativos do Recôncavo Baiano — o conjunto de mais de vinte cidades no entorno da baía de Todos-os-Santos — vêm comprar e vender seus ingredientes, seus produtos. A feira de São Joaquim é uma visita visceral à Bahia em formato microcósmico.

Ervas e mais ervas medicinais, um conhecimento milenar cada vez mais distante das populações urbanas. Imagem: Shoichi Iwashita
Alguns dos ingredientes que vão no acarajé: o camarão seco e, ao fundo, baldes de azeite de dendê, em que é frito esses bolinhos feitos de feijão fradinho e cebola vindos da África. Imagem: Shoichi Iwashita
Um dos cantos da labiríntica feira de São Joaquim. Imagem: Shoichi Iwashita

AS FESTAS RELIGIOSAS — E PAGÃS — MAIS IMPORTANTES DE SALVADOR ACONTECEM NO VERÃO

Outra coisa essencial é se programar para estar Salvador nas festas religiosas e populares mais importantes do calendário, e se inundar de axé, a força dos orixás, do sagrado da vida. Junto com o Réveillon e o carnaval de Salvador — a maior festa de rua do mundo, e que, apesar da profanidade máxima, também surgiu como uma celebração cristã, é bom lembrar — as duas grandes e mais emblemáticas festas religiosas do ano também acontecem no verão baiano.

Na segunda quinta-feira do mês de janeiro, acontece a procissão seguida da lavagem da escadaria, no alto da Colina Sagrada da igreja do Nosso Senhor do Bonfim, por baianas portando vassouras, flores e potes d’água na cabeça. O Senhor do “Bom Fim”, que é a representação de Jesus crucificado flutuando sobre as águas depois de uma tempestade e alvo de grande devoção entre os soteropolitanos, é sincretizado com Oxalá, o que faz com que participem da procissão não só os devotos católicos como também os integrantes do afoxé (bloco de foliões pertencentes a uma casa de candomblé) Filhos de Gandhy.

Já no dia 2 de fevereiro, na praia do Rio Vermelho (o bairro onde estão alguns dos melhores restaurantes da cidade) é a vez da grande festa dedicada à Yemanjá, a Mãe de todos os orixás e Deusa dos Mares do Novo Mundo. Nesse dia, bem cedo pela manhã, milhares de devotos formam filas em frente à casa dos pescadores para que eles levem com seus barcos em cortejo os presentes para a Rainha do Mar… Odoyá! (Essa é a saudação para Yemanjá : )

ALGUNS DOS MAIS IMPORTANTES EXEMPLOS DE ARQUITETURA RELIGIOSA DO BRASIL ESTÃO EM SALVADOR

O azul inconfundível da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos no Pelourinho. Uma das experiências mais lindas e emocionantes da capital baiana. Imagem: Shoichi Iwashita

Com quase 480 anos de história de uma cidade que já era capital em 1549, Salvador abriga, entre suas 372 igrejas, os templos católicos mais importantes, luxuosos e incríveis do Brasil. E, no ano todo, além das visitas aos terreiros (sempre ligando antes e nunca usando preto), a experiência que eu mais amo é assistir às missas das 18h de terça-feira da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, fundada em 1685 no lugar mais emblemático do Pelourinho, o centro histórico de Salvador.

A igreja que começou a ser construída em 1704 pelos pretos escravos para eles mesmo, com poucos recursos e em seu horário de folga (os pretos naquela época eram impedidos de professar sua fé nas igrejas comuns), demorou para ser concluída: o forro da nave só seria pintado em 1870. Mas, apesar da cor inusitada da fachada — um azul quase cerúleo —, a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos é uma joia da arquitetura barroca. E as missas das terças, apesar de católicas, têm cânticos afro ao som de atabaques, agogôs e tamborins, e, sempre lotada de fiéis, é uma das experiências mais lindas, genuínas e autênticas da viagem. (Esse sincretismo você encontra também na igreja do Bonfim: mesmo sendo católica, o devoto do Senhor do Bonfim escolhe a cor de sua fitinha de acordo com os orixás, as divindades do candomblé; eu, por exemplo, como filho de Oxóssi e Yemanjá, vou sempre de fitinhas verde e azul claro, respectivamente).

Mas em Salvador também estão a mãe de todas as igrejas católicas brasileiras, a imponente Catedral Basílica, sede do arcebispo-primaz do Brasil, com um dos maiores e mais importantes acervos de arte sacra do país, e o conjunto de igreja-mais-convento que abriga uma quantidade inacreditável de ouro, madeiras de lei e uma coleção inigualável de mais de 50 mil azulejos portugueses antigos, trabalhados pelos mais talentosos artesãos da época: a igreja de São Francisco (de Assis, e não São Francisco Xavier, o padroeiro da cidade), que é outro dos muitos auges da sua visita ao Salvador.

IGREJA DE SÃO FRANCISCO: 800 QUILOS DE OURO EM UMA ORDEM QUE PREGA VOTO DE POBREZA

O cruzeiro de mármore no meio do largo indica que chegamos à igreja mais suntuosa do Brasil, a dedicada a São Francisco de Assis. Imagem: Shoichi Iwashita
800 quilos de ouro foram utilizados na decoração da igreja São Francisco, uma ordem que prega o voto de pobreza.  Imagem: Shoichi Iwashita
Entre a igreja e o convento da Ordem Primeira de São Francisco e as vizinhas igreja e convento da Ordem Terceira de São Francisco são muitos milhares de azulejos portugueses. Imagem: Shoichi Iwashita

Não me lembro de ver uma igreja tão rica em ouro em qualquer outro lugar do mundo, ainda mais de uma ordem — a dos franciscanos, que fundaram aqui o convento em 1585 — cujo lema é o voto de pobreza. Não à toa, o projeto da igreja que ficaria pronta em 1750 seria alvo de protestos de seus pares, como os capuchinhos italianos e os franciscanos alemães, que chegaram a sugerir a retirada do ouro da decoração, mas não foram atendidos. Interessantemente, na rica azulejaria do claustro do convento (com celas ainda em uso), você verá muitas críticas ao dinheiro, retiradas do livro Teatro Moral da Vida Humana e ilustradas com estampas de Otto van Veen, mestre de Peter Rubens. Há o painel “nada detém o avarento”, “tudo obedece ao dinheiro” etc.

Com 800 quilos de ouro aplicados na decoração do mais grandioso e espetacular representante da arquitetura barroca no Brasil, reflexo do Ciclo-de-Todo-o-Ouro que enriqueceu Portugal (e financiaria ainda a Revolução Industrial na Inglaterra) e da Salvador-capital-poderosa-do-Brasil, a igreja de São Francisco fica na ruazinha de chão de pedra que é continuação do Largo Terreiro de Jesus (onde está a Catedral Basílica) e está indicada pelo cruzeiro instalado no largo em frente a ela.

Essa cruz de mármore em pedestal no meio da rua tem quase a função de encaminhar o nosso olhar para a fachada austera da igreja, com suas duas torres retas, simétricas e telhados piramidais, austeridade essa que é quebrada pelas volutas barrocas meio germânicas do frontão em arenito entre elas. E, vendo a igreja de fora, é impossível imaginar o que você vai encontrar lá dentro.

Quando você acessa a igreja a partir do claustro por uma porta ao lado do altar (uma pena que a gente não consiga entrar pelo portão da frente pra já ter a vista do todo, com a perspectiva que culmina no altar magnífico ao fundo com a escultura de Jesus crucificado abraçado por Francisco de Assis), você verá que não há espaços “em branco”: todas as superfícies — paredes, colunas, tetos (das três naves), capelas — são revestidos de ricos, complexos e bem conservados entalhes dourados. Mas o que eu mais amo na igreja de São Francisco (além da azulejaria portuguesa que também está por toda parte) é o teto de padrões geométricos da nave central, com estrelas, losangos e octógonos emoldurando pinturas com cenas da vida de Maria, a Nossa Senhora.

A fachada única da igreja da Ordem Terceira de São Francisco que foi coberta de gesso por ser considerada fora de moda no século passado e redescoberta acidentalmente por um eletricista na década de 1940. Imagem: Shoichi Iwashita

Os encantos de São Francisco de Assis em Salvador não acabam aí. À esquerda da igreja de São Francisco, em direção à rua Inacio Acciole, fica a igreja da Ordem Terceira de São Francisco, uma iniciativa dos seguidores-ma-non-tanto de Francisco de Assis, esses que não queriam renunciar aos bens materiais, à vida na sociedade, à família, como era exigido daqueles que ingressavam nas Ordens Primeira (a dos frades) e Segunda (das freiras); todas elas organizadas através de normas e preceitos por Francisco de Assis nos anos 1220, submetidas à aprovação do Papa Honório III.

Mais humilde que a igreja Primeira (mas não por isso menos bela), os grandes destaques da igreja da Ordem Terceira, concluída em 1705, são 1. a fachada deslumbrante em arenito, a única do tipo no Brasil, que já pode ser vista da rua através da grade de ferro e do portal de pedra com um frontão não menos imponente; e 2. a grande série de azulejos espalhados pelo complexo que é o único registro iconográfico, fora de Portugal, da Lisboa que desapareceu com o grande terremoto de 1755 (dos doze arcos do triunfo que existiam na capital portuguesa, e que você pode observar nos 85 metros quadrados da azulejaria temática, apenas o da rua Augusta, no centro de Lisboa, sobreviveu ao terremoto).

O mais louco é que essa fachada foi considerada fora de moda durante o trabalho de renovação nos anos 1830 e, com o objetivo de torná-la neoclássica, ela foi inteiramente recoberta de argamassa, ficando esquecida por mais de um século. Só em 1932, um eletricista redescobriria a fachada original, quando, por acidente, fez cair uma parte do reboco. Restaurada em sua forma original, desde 1939 ela é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

AS MUITAS ARQUITETURAS DE SALVADOR

O primeiro elevador do Brasil, o Elevador Lacerda, passou por uma reforma no começo dos anos 1930 e ganhou essa roupagem art déco, como o Fera Palace Hotel a alguns metros daqui. Imagem: Shoichi Iwashita

Se hospedando nos dois melhores hotéis de Salvador — o Fasano, na Praça Castro Alves, onde nasceu o carnaval da Bahia, a 100 metros do Fera Palace Hotel da rua Chile, a primeira rua do Brasil — você estará a alguns passos da praça Tomé de Souza, o nome do primeiro governador-geral enviado de Portugal para cá, para fundar, em 1549, depois do fracasso das capitanias hereditárias, a cidade-fortaleza do São Salvador, a primeira capital da América portuguesa.

Essa praça “suspensa”, com uma bela vista para a Cidade Baixa, o Forte São Marcelo e a Baía de Todos-os-Santos, foi a primeira praça dos três poderes do Brasil. Planejada para concentrar os prédios da administração pública, construídos no século 16 com paredes de taipa cobertas de palha, a praça Tomé de Souza foi o centro político e administrativo do país por mais de 200 anos. E ela nos entrega estilos arquitetônicos antes-e-depois do barroco quase onipresente no centro histórico de Salvador.

Hoje, além da estátua do próprio Tomé, você vai encontrar a Câmara dos Vereadores (que, em 1549, era a Casa de Câmara e Cadeia, e abrigava os poderes executivo, legislativo e judiciário); o Palácio Rio Branco, a construção mais imponente, em estilo neoclássico, que foi sede do governo da Bahia e hoje abriga uma fundação vinculada à Secretaria de Cultura do estado; o art déco Elevador Lacerda, o primeiro elevador do Brasil, que conecta as Cidades Alta e Baixa; e o polêmico Palácio Thomé de Souza, a atual prefeitura de Salvador, construído em apenas 14 dias na década de 1980 para ser um edifício temporário e que acabou ficando… A praça também já abrigou a primeira Casa da Moeda do Brasil, a Imprensa Oficial da Bahia e a Biblioteca Pública, que foi incendiada no bombardeio ao Palácio Rio Branco em 1912, destruindo valiosos documentos da história do Brasil.

LINA BO BARDI EM SALVADOR

A arquiteta italiana — imigrante e comunista — que projetou os mais belos e emblemáticos edifícios de São Paulo teve grande influência da sua fase em Salvador em suas criações (como o Masp, por exemplo) e assinou diversas obras na capital baiana: o Museu de Arte Moderna da Bahia no Solar do Unhão, a Casa do Benin, a Casa Olodum, o complexo na Ladeira da Misericórdia e até o mausoléu da família Odebrecht no cemitério Campo Santo. E é sobre ela a próxima etapa desta viagem Simonde por Salvador. Até breve!

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Shoichi Iwashita

Compulsivo por informação e colecionador de moleskines com anotações de viagens e restaurantes, Shoichi Iwashita se dedica a compartilhar seu repertório através das matérias que escreve para a Simonde e revistas como Robb Report Brasil, TOP Destinos, The Traveller, Luxury Travel e Unquiet.

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